Se tem uma coisa da qual não podemos ir contra em momento algum é reconhecer que o K-pop, através de seus grupos e cantores solos é um verdadeiro case de sucesso na indústria musical.

BTS e Blackpink são apenas dois de uma variedades de grupos de K-pop que alcançaram o estrelato mundial, tecnicamente conhecido na indústria da música como mainstream.

Em miúdos, o K-pop é uma realidade.

Mas o K-pop não é um gênero musical dentro do pop. Por favor!

Porém, a BBC partiu para essa ideia de "pegar o gancho" do sucesso dos artistas coreanos e lançou o Made In Korea: The K-Pop Experience.

E o Dear Alice embarcou, como tantos outros participantes, nesta barca sem coerência alguma.

Agora eles são um grupo de K-pop britânico. Artistas do Reino Unido com foco no pop coreano. "Incrível", não?

Certo. Mas o pop dos artistas coreanos, sem precisar de uma análise mais profunda, é o pop global. Sua construção musical, desenvolvimento de marca, performance no palco - tudo isso o K-pop faz muito bem porque se adaptou à música de apelo popular. E não perdem para nenhum artista ocidental.

Eles se adaptaram. E deu muito certo.

Contudo, o mais surpreendente é que quem organizou essa "farofa" foi justamente a SM Entertainment, empresa coreana de gerenciamento artístico, junto a Kakao Entertaiment, que também uniram suas forças à Moon & Back, empresa britânica envolvida no The K-Pop Experience.

Na verdade, neste controverso reality show, os novos artistas conquistaram know-how necessário para trabalharem como os bem sucedidos do grupo de K-pop.

Mas com isso, a BBC vende este produto como se fosse um gênero. Não, não é de forma alguma.

K-pop foi uma designação que o mercado criou para identificar os artistas coreanos que atuam no pop.

Ou seja, no final, tudo é pop.

Tudo é mercado.

Em tempo: Dexter Greenwood, James Sharp, Blaise Noon, Oliver Quinn e Reese Carter, acabaram de formar o Dear Alice, que tem nome em inglês, integrantes britânicos e nenhuma correlação - ou identificação - como um grupo pop coreano.

A fórmula pode até dar certo, mas não me recordo de ter visto um projeto tão incoerente na música em todos esses anos de profissão.

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