Marcelo de Assis
Marcelo De Assis
Jornalista, pesquisador musical desde 1984, Marcelo de Assis já escreveu para grandes portais como o Terra, IG e Claro Notícias. Em sua carreira coleciona inúmeras entrevistas com grandes nomes da música nacional e internacional. Ele também é membro do Gr

Alerta preocupante: estudo revela aumento de suicídios entre músicos

Análise foi realizada pela Universidade de Londres, afirmando que a indústria musical é um lugar "perigoso"

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Um estudo realizado pela Universidade de Londres, assinado pelo co-autor, o Dr. George Musgrave, com foco na indústria musical, trouxe um dado alarmante: foi descoberto que os músicos têm uma das maiores taxas de suicídio em comparação com outras profissões na Inglaterra e nos EUA.

“Os dados de mortalidade ocupacional nos EUA e no Reino Unido deveriam fazer com que todos nós que amamos e nos importamos com música parássemos e fizéssemos uma pausa”, observa George Musgrave, em entrevista ao jornal The Guardian.

A abordagem deste delicado assunto foi a base de uma outra pesquisa, intitulada A música pode deixar você doente? que foi elaborada no final da década de 2010, onde já havia uma séria preocupação com a saúde mental de músicos e artistas.

Nesta mesma análise realizada por Musgrave juntamente com a Universidade de Londres, como é observada no site Frontiers, observa que "as evidências sugerem que músicos populares são um grupo ocupacional de risco para suicídio, com as mortes de músicos famosos no 'Clube dos 27' reforçando noções culturalmente poderosas de musicalidade e mortalidade precoce".

A introdução do estudo cita exemplos de grandes nomes da indústria musical que tiveram uma morte precoce e trágica como Kurt Cobain do Nirvana, Chester Bennington do Linkin Park, Ian Curtis do Joy Division, a cantora country Mindy McCready e o produtor Avicii.

"Entre o público em geral, talvez a manifestação mais conhecida da dinâmica relacional entre trabalhadores criativos e problemas de saúde mental diz respeito à morte precoce trágica, em particular os suicídios altamente divulgados de músicos famosos. De Kurt Cobain do Nirvana, Chester Bennington do Linkin Park, Ian Curtis do Joy Division e a cantora country Mindy McCready, a Keith Flint do The Prodigy, DJ de música eletrônica (EDM) Avicii e as estrelas do K Pop Goo Hara, Sulli e Moonbin, essas tragédias servem para reforçar culturalmente essa mais devastadora das afinidades aparentes", diz o estudo.

Para o Dr. George Musgrave, a indústria musical, no que se refere à saúde mental, ainda é um campo "inseguro": “As taxas de suicídio entre músicos que revelamos nesta nova pesquisa pintam um quadro de uma indústria musical que é comprovadamente insegura".

E conclui: “Nenhuma outra indústria toleraria esse nível de perda de vidas e nós também não deveríamos. A indústria precisa se organizar para enfrentar níveis de mortalidade que são profundamente perturbadores e precisam ser enfrentados.”

Procure ajuda

Se você está tendo pensamentos suicidas, procure auxilio especializado através de instituições como o CVV (www.cvv.org.br) e os Caps - Centros de Atenção Piscossocial em sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia - incluindo feriados - e você pode ligar para o telefone 188. A instituição atende também pelo e-mail, além de chat e pessoalmente.

Ao todo, são mais de 120 postos do CVV que realizam atendimento em todo o Brasil.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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