Assim como a Previdência Social, que de janeiro a agosto deste ano acumula um déficit de R$ 227,78 bilhões, o sistema de Previdência Complementar deve chegar ao fim deste ano com um déficit na casa de R$ 20 bilhões, uma vez que até outubro o déficit líquido chega a R$ 18 bilhões, segundo o diretor- presidente da Associação Brasileira das Entidades de Previdência Privada, Jarbas Antônio de Biagi. Ele observa, no entanto, que, diferentemente da Previdência Social, o déficit dos fundos de pensão é 50% inferior ao registrado há cerca de um ano e sempre que uma entidade de previdência complementar reporta déficit ela é obrigada, por lei, a fazer um plano de equacionamento de déficit.
“Déficti não significa insolvência, mas uma proteção muito grande para os beneficiários, porque os fundos são regulados a realizar investimentos com sustentabilidade para entregar rentabilidade”, diz João Biagi. Ele acrescenta que, mesmo com déficit, todo plano tem previsão para todos os pagamentos. Hoje no Brasil, existem no Brasil 270 entidades com 1.100 planos de previdência privada, com uma reserva de R$ 1,2 trilhão e mais de 8 milhões de segurados protegidos, segundo informações da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), entidade que fiscaliza a atividade dos fundos de pensão.
Sobre a redução do déficit de R$ 36 bilhões em 2022 para R$ 18 bilhões agora, o superintende da Previc, Ricardo Pena avalia que “este ano houve um desempenho melhor dos investimentos, mas a pandemia foi muito ruim para a previdência e só agora é declinante o número de planos que continuam com déficit.” Para ele, os planos de previdência dependem muito da recuperação da economia. “O objetivo é elevar a capacidade da Previdência (estatal e privada) para recuperar um segmento que representa um importante investimento social em um país em que a população está envelhecendo”, afirmou Ricardo Pena, superintendente da Previc na divulgação do balanço da Abrapp, na quarta-feira.
A perspectiva é de que nos próximos anos possa haver maior crescimento da previdência complementar, que vem incorporando as carteiras dos regimes próprios de estados e municípios, que, por força da Reforma da Previdência, precisam migrar para instituições privadas. “Mais de 160 entes federados fizeram convênio de adesão com entidades este ano”, informou Ricardo Penna. Ele disse ainda que desde a promulgação da Reforma da Previdência, que obrigou os entes federados a criar fundos de previdência para os servidores, a Previc já expediu autorização para a migração de quase 600 entes, entre estados e municípios.
Além dos novos planos dos servidores públicos, a Abrapp divulgou que novas carteiras criadas exatamente para ampliar o leque da previdência complementar registraram crescimento em 12 meses entre setembro de 2022 e setembro deste ano. Os fundos instituídos – criados a partir de grupos com mais de 100 participantes sem a necessidade de um patrocinador – tiveram uma alta de 16% em setembro, com ativos superando a marca de R$ 19,7 bilhões. Em termos de participantes já contam com 721 mil pessoas, um crescimento de 4,4%. Os planos família e setorial fecharam setembro com ativos de R$ 1,66 bilhão, um crescimento de 40%. Nestes o número de participantes cresceu 11% e chegou a 131 mil.
"Os dados indicam que o número de pessoas que passaram a investir em previdência privada cresceu no período. Mérito de uma estratégia eficaz do nosso sistema para incentivar uma aposentadoria consciente”, diz João Biagi. E esse crescimento ganha um reforço no fim de ano, quando um maior volume de dinheiro disponível leva os brasileiros a investir na previdência privada. Um levantamento do Itaú Unibanco com clientes do previdência complementar mostra que novembro e dezembro concentram 60% dos investimentos no Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL).
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Pedidos de pizza são realizados no Brasil por minuto, segundo a Associação Pizzarias Unidas do Brasil (Apubra). O país produz 3,8 milhões de pizzas por dia
Dívidas pagas
A prioridade dos brasileiros que receberão a última parcela do 13º no próximo dia 20 será o pagamento de dívidas (40%), seguido do pagamento de contas básicas e pelos gastos de início de ano (16%), como IPVA e IPTU. Os dados são de uma pesquisa realizada em dezembro pela Serasa, em parceria com o instituto Opinion Box. O levantamento mostrou que 7 em cada 10 brasileiros já planejam como vão usar o dinheiro extra do fim de ano.
Fusões e aquisições
A desaceleração da economia brasileira no terceiro trimestre não impactou as operações de fusão e aquisição das empresas. Entre julho e setembro foram feitas 405 operações entre empresas, número 9,46% superior às 370 fusões e aquisições registradas no terceiro trimestre do ano passado. No ano, já são 1.142 operações realizadas. Os dados são da tradicional pesquisa da KPMG sobre o assunto, conduzida com 43 setores da economia.