O anúncio do programa Nova Indústria Brasil, com investimentos de R$ 300 bilhões para reindustrializar o país é considerado o primeiro passo para a retomada do setor industrial brasileiro, não apenas por retomar, mas buscando a inserção das fábricas nas cadeias globais da transição energética e da descarbonização da economia. Em meio à aprovação geral do pacote sobram críticas de que se trata de “mais do mesmo” de gestões passadas do PT, com muito alarde e pouco resultado mensurável e ainda o peso dado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O passado não é garantia de sucesso ou fracasso para nada, mas sim uma fonte de experiência para que não se repitam ações que se configuraram erros. A própria forma como o programa foi anunciado, durante uma reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), indica que governo e iniciativa privada responsáveis pela formatação do programa são os responsáveis por fiscalizar a execução das ações para se chegar aos objetivos macro fixados na própria política industrial. São 21 representações da iniciativa privada, com várias associações relacionadas ao setor industrial.
Entre os objetivos maiores estão: aumentar para 50% a participação da agroindústria no PIB agropecuário; alcançar 70% de mecanização na agricultura familiar e fornecer pelo menos 95% de máquinas e equipamentos nacionais para agricultura familiar, que visam criar cadeias agroindustriais, sustentáveis e digitais. Na indústria, as ações estão divididas em segmentos, com destaque para o fortalecimento do complexo da saúde, buscando chegar a 70% de nacionalização na produção de medicamentos. Na transformação digital as metas são digitalizar 90% das indústrias brasileiras e triplicar a participação da produção nacional de novas tecnologias.
Há, no entanto, metas que carecem de mais detalhamento, como no tópico infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis. O objetivo de reduzir em 20% o tempo de deslocamento de casa para o trabalho e aumentar em 25 pontos a participação da indústria nacional na cadeia de transporte público sustentável. Busca ainda uma autonomia de 50% da produção de tecnologias críticas para a defesa. Nesses pontos é necessário um maior detalhamento, assim como para as ações que vão permitir alcançar as metas.
Incomodado com as críticas, o BNDES divulgou ontem um detalhamento dos recursos para o Nova Indústria Brasil, lembrando que o programa é gerido pelo banco, pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e já se encontra em operação. Dos R$ 300 bilhões do programa, o BNDES quer mobilizar R$ 250 bilhões, ou seja, o banco será responsável por mais de 80% dos recursos do programa.
De acordo com o BNDES, R$ 66 bilhões serão destinados ao desenvolvimento de uma indústria, com R$ 41 bilhões já sendo liberados na forma de crédito. O item indústria verde terá R$ 8 bilhões, com recursos vindos do Fundo do Clima, e R$ 4 bilhões por meio da empresa de participação acionária do banco, a BNDESpar. Ainda de acordo com o banco, o item indústria mais produtiva deve absorver R$ 182 bilhões, sendo R$ 178 bilhões em operações diretas e indiretas do BNDES e R$ 4 bilhões do Fust. Há ainda R$ 21 bilhões em recursos a fundo perdido.
Energia
3 GW é a capacidade de geração de duas termelétricas a gás instaladas no Porto do Açu no Rio. Uma, de 1,3 GW em operação e outra, de 1,7 GW em comissionamento
Na liderança
A Latam Brasil assumiu a liderança no ranking doméstico de viagens corporativas, registrando, no último trimestre de 2023, fatia de 38,7% do faturamento deste mercado no país. A companhia é também líder, pelo terceiro ano, no mercado de voos domésticos, com uma fatia de 34,4%.No mercado internacional a empresa tem fatia de 22%, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A Latam opera em mais de 50 aeroportos no país.
Tecnologia
A integração de recursos tecnológicos vai aumentar a eficiência em infraestrutura e contribuir para melhoria de vida da população. A avaliação é do especialista Euclides Chuma, membro sênior do Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE). Evolução de câmeras e sensores e Inteligência artificial podem ser usadas a favor do ser humano. Hoje, já é possível controlar infraestruturas em tempo real nas grandes cidades.