Diz-se em Minas Gerais que: quando o santo é de barro, é preciso caminhar devagar com o andor. É apenas um ditado popular, mas expressa bem o motivo pelo qual o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual – o que fez pela sexta reunião consecutiva – na quarta-feira. A decisão, que trouxe a Selic de 11,75% ao ano para 11,25% era aguardada por todo o mercado financeiro, mas caiu como uma ducha de água fria para indústria, comércio e setor imobiliário, que anseiam por uma redução mais agressiva da Selic, ancorados pela inflação sob controle e com tendência de queda e as próprias falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que já admitiu que os juros estão altos e disse que pretende deixar o cargo com a menor taxa possível.

Representantes do setor produtivo, quase que de forma unânime, aprovaram a queda da Selic mas reforçaram a necessidade de um corte mais agressivo na Selic. Para o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), a redução de 0,5 ponto não muda a realidade do arrocho, uma vez que o juro real permanecerá “acima de 7,5%, um dos mais elevados do mundo e acima da taxa de retorno dos investimentos para grande parte das empresas”. Também para a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) “há espaço e é importante acelerar a redução da Selic, contribuindo para a retomada de níveis mais robustos de crescimento”.

Os apelos, no entanto, não são suficientes para que o Banco Central mude a trajetória de cortes nas taxas de juros, que devem ocorrer até a taxa chegar a 9% no final deste ano, como prevê a maioria dos economistas. Os mais arrojados acreditam que a Selic pode cair a até 8,5% ao ano. Pesa contra uma possível aceleração da flexibilização monetária um cenário externo adverso, com os BC dos Estados Unidos e Europeu sustentando suas taxas e indicando que elas não devem cair em breve, uma inflação cujo núcleo está mais elevado e o equilíbrio das contas públicas.

“Prevalece a cautela”, afirma Nicola Tingas. consultor econômico da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Empréstimos (Acrefi). Ele lembra que mesmo com uma relativa melhora no ritmo da inflação global, o Federal Reserve (Banco Central) dos EUA manteve os juros e avisou que eles não devem cair na próxima reunião, em março. “Está em linha com a postura do Copom, que estabeleceu que a meta de inflação é a de 2024, mas que ela se estende para 2025, que espera uma melhora no ritmo da inflação”, afirma Tingas.

Ele observa ainda que a questão fiscal, que afeta a precificação de risco e tem impacto na taxa de câmbio, inflação e juros. “O Copom vai monitorar o PIB, que deve melhorar a partir do segundo semestre, e perseguir a convergência para meta.da inflação em 2025 e manter o gradualismo na redução dos juros”, finaliza Tingas Em suma, o BC não vai acelerar o corte de juros e em março fará novo corte de 0,5 ponto.


Saúde

R$ 500 milhões é o valor do crédito aprovado pelo BNDES para financiar o plano de inovação da farmacêutica brasileira Hypera


Previdência

Uma das principais entidades de previdência privada, a BB Previdência está comemorando o fato de ter fechado o ano com rentabilidade consolidada acumulada de 13,04%, contra um índice de referência de 7,96% (INPC mais 4,10% de ganho real). A BB Previdência informou ter superado as metas em todos os 42 planos que administrou no ano passado. Dos ativos geridos pela instituição, 81,62% foram alocados em Renda Fixa, em 2023.

 

Energia


O Brasil consumiu 69,36 megawatts médios de energia elétrica em 2023, volume 3,7% superior ao registrado no ano anterior. Nas residências e pequenas empresas houve um aumento de 2,5% na demanda por eletricidade. OS números são da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O aumento da demanda nas casas e pequenas empresas foi impulsionado pelo calor em todo o país e o uso de ventiladores e ar-condicionado.

 

 

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