O governo federal terá que equacionar um problema no setor elétrico no curto prazo para evitar que ele se transforme em entrave no futuro. No momento em que, mesmo com chuvas abaixo da média, os reservatórios das hidrelétricas devem chegar ao fim do período chuvoso com volumes superiores a 60% de armazenamento, uma outra pressão surge dentro do governo para mudar a forma como os encargos setoriais são cobrados e que, embora sejam rateados, pesam mais sobre consumidores de baixa tensão.
Criados por lei para custear as políticas públicas do setor elétrico, os encargos setoriais estão reunidos na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que este ano deve chegar a R$ 37,2 bilhões. Desse total, mais de R$ 11,5 bilhões são subsídios para fontes renováveis de geração de energia elétrica e a geração solar distribuída usarem os sistemas de transmissão e distribuição de energia. O valor superou, pela primeira vez, o total a ser gasto com a Conta de Compra de Combustíveis (CCC) para atender as termelétricas e sistemas isolados com combustíveis fósseis, de R$ 10,7 bilhões. Até então, esse era o principal item da CDE.
Hoje, tanto consumidores do mercado cativo quanto do mercado livre de energia arcam com o custo dos encargos setoriais, mas os mesmos são onerados por uma energia que abastece prioritariamente os clientes com direito a escolher o fornecedor, basicamente empresas conectadas em alta e média tensão. Nesse segmento, os contratos são atendidos por usinas eólicas e grandes usinas solares, que são favorecidas ao transportar e distribuir a energia que geram. Como os subsídios são apropriados por grandes empresas e milhares de pequenos geradores, mas os custos que ele representa são transferidos para todos os consumidores, incluindo os de baixa renda, que arcam com um peso maior.
Para representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a geração eólica e solar podem operar hoje com um volume menor ou até mesmo sem subsídio, com a questão sendo abordada pelo ângulo do ESG. Sob esse ponto de vista, as empresas teriam que considerar, na visão da Aneel, o S do social como sendo o ponto crítico do setor, uma vez que um fator da operação de solares e eólicas no mercado livre encarece a conta dos clientes de baixa renda atendidos pelo mercado cativo. Com a tendência de crescimento da geração solar e eólica nos próximos anos, o valor do subsídio também aumenta, elevando o peso do mesmo na tarifa do mercado cativo.
Além desse problema, a equipe econômica do governo acompanha com lupa qualquer aspecto que possa representar inflação na economia brasileira. A estimativa é de que a CDE tenha um impacto de até 1,26% para os consumidores na conta de energia. Como o nível dos reservatórios mantém o Custo Marginal de Operação (CMO) próximo de zero, não há no momento nenhuma perspectiva de adoção de bandeiras tarifárias – que tiveram o valor reduzido no início deste mês –, concentrando a preocupação com o impacto dos subsídios sobre as contas de energia, sobretudo da população menos favorecida. Já há quem aposte na redução dos subsídios para as energias renováveis.
No azul
R$ 17 bilhões - Foi o valor da captação líquida dos fundos de investimentos entre os dias 4 e 8 deste mês, segundo balanço da Anbima.
Consumo
No dia dedicado ao consumidor, os brasileiros devem ir às compras segundo levantamento da plataforma Shopee. Levantamento feito pela loja mostra que 63% estão dispostos a comprar hoje, com 39% afirmando que as grandes promoções são a melhor ocasião para comprar. O gasto médio hoje deve ser de R$ 200.
Casa pronta
Com a venda de casas prontas usando steel frame, a Espaço Smart planeja faturar R$ 500 milhões neste ano, com a comercialização de 750 casas. No ano passado, a empresa vendeu 560 casas com um tíquete médio de R$ 400 mil por unidade. Fundador da Smart, Fernando Scheffer, destaca o caráter inovador das casas construídas.