Reservatórios das hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste estão com mais de 70% da capacidade de armazenamento de água -  (crédito: Glenio Campregher/Cemig)

Reservatórios das hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste estão com mais de 70% da capacidade de armazenamento de água

crédito: Glenio Campregher/Cemig

 

Com o fenômeno El Niño ainda influenciando as condições climáticas, os reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras estão encerrando o período seco, com mais de 70% da capacidade ocupada, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico. Até a quarta-feira, os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por 70% da capacidade de geração hídrica do país, estavam com 72,89% da capacidade de armazenamento de água, enquanto os do Sul tinha 67,19%, os do Nordeste, 78,36% e os do Norte operam com 95,46% da capacidade. O cenário ainda é bastante confortável, sobretudo com o crescimento da geração solar e da eólica possibilitam ao ONS operar o sistema de forma a preservar água nos reservatórios, que teriam perda de volume apenas pela evaporação com o aumento da temperatura.

 

A preocupação maior deve ser quanto à duração do período seco, que pode se estender até a primavera. Um estudo apresentado esta semana pela Nottus, empresa de inteligência de dados e consultoria meteorológica para negócios, mostra que até o fim do outono, em setembro, o El Ninño, que influenciou o período chuvoso de forma irregular e impactou a vazão dos rios onde há reservatórios, perde força e deve haver um período de neutralidade até o surgimento do fenômeno La Niña, com o resfriamento das águas do pacífico ganhando força no segundo semestre. Os especialistas da Nottus apontam o risco histórico de atraso no próximo período chuvoso no Brasil. “À medida que o ano avança e as previsões sobre o La Niña se solidificam nos meses seguintes, é provável que o mercado comece a considerar e precificar essa potencial volatilidade”, diz o estudo “2024: Mudanças climáticas e o impacto no setor elétrico no Brasil".

O prolongamento do período seco terá impacto sobre o reservatório das hidrelétricas, mas ainda sem se prever a necessidade de uso das termelétricas, o que elevaria o custo de operação e consequentemente exigiria a adoção de bandeiras tarifárias, que não são acionadas desde abril de 2022. Ou melhor, há 24 meses a bandeira adotada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é verde, sem custo para os consumidores.Ainda assim, para minimizar o impacto da bandeira tarifária, a Aneel aprovou no início do mês passado uma redução de 37% sobre o valor da tarifa amarela e da vermelha nas faixas 1 e 2. O governo está apreensivo quanto ao aumento do custo da energia e o impacto sobre o custo de vida dos brasileiros, sobretudo os de baixa renda.

A favor da manutenção da conta de energia elétrica sem bandeira tarifária estão as temperaturas mais amenas do outono no Sudeste e Centro-Oeste do país. Embora o boletim do Programa Mensal de Operação (PMO) desta semana preveja expansão da carga no Sistema Elétrico Interligado, esse aumento será menor do que o ocorrido até agora. A previsão é de alta de 7,3% para todo o país (79;359 megawatts/médios (MWmed), sendo que nos subsistemas o maior aumento de demanda de energia é previsto para o Nordeste, com aumento de 8,3%. O PMO confirma a condição favorável dos reservatórios das hidrelétricas, que devem se manter acima de 70% até o início de maio. Mesmo assim, o sistema, que vinha operando com Custo Marginal de Operação zero, já registra um valor de R$ 3,63 no Sudeste/Centro-Oeste e no Sul, enquanto no Norte e no Nordeste permanece zerado.

 

Eólicas no mar

Na segunda e terça-feira da próxima semana, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Marinha do Brasil vai debater, no Rio de Janeiro, as oportunidades e desafios da Transição Energética no Mar. Estudos apontam que a instalação de eólicas no Oceano Atlântico, ao longo da costa brasileira tem potencial para para gerar 14 gigawatts (GW) de energia elétrica.

 

Vez do consórcio

Com os juros elevados limitando o acesso ao crédito, o consórcio tem sido a opção para os brasileiros. Um levantamento da Mycon, fintech de consórcios, 41% dos clientes até 34 anos optaram por um consórcio para a aquisição da casa própria. O estudo, feito entre os clientes da Mycon mostra que 50% deles são pessoas entre 25 e 55 anos que fecharam um consórcio para a aquisição de um imóvel

 

Fundos

R$ 7,2 bilhões - Foi o valor das entradas líquidas nos fundos de investimentos na última semana, com os FIDCs captando R$ 6,3 bilhões, segundo dados da Anbima