Além do fortalecimento do setor financeiro, a nova metodologia permitirá ajuste às especificidades de risco de cada instituição financeira -  (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Além do fortalecimento do setor financeiro, a nova metodologia permitirá ajuste às especificidades de risco de cada instituição financeira

crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

Uma resolução do Banco Central, publicada no fim do ano passado e que entrará em vigor a partir de janeiro de 2025, vai adaptar o Sistema Financeiro Nacional às recomendações dos acordos de Basileia III, um conjunto de normas e medidas internacionais criadas para fortalecer a regulação e a supervisão bancárias após a crise financeira global de 2008. Com isso, o Banco Central mudou a sistemática de cálculo do requerimento de capital para o risco operacional. Com isso, há um aumento estimado pelo próprio BC em R$ 34 bilhões, ou 2,6% do patrimônio de referência do sistema financeiro nacional.


Além do fortalecimento do setor financeiro, a nova metodologia permitirá ajuste às especificidades de risco de cada instituição financeira, facilitando a comparação entre os requerimentos de capital de diferentes instituições financeiras no país. Outra novidade é a possibilidade de inclusão, no requerimento de capital, de um componente que leva em conta as perdas operacionais históricas da instituição em relação ao seu volume de negócios. O resultado será um aumento ou diminuição do capital requerido a partir do histórico de perdas da instituição.


Essa modificação, que será implantada de forma gradual até 2028, pode representar no futuro próximo uma redução das taxas de juros para os consumidores. Embora não tenha feito um estudo para determinar o quanto seria a queda dos juros, o diretor de riscos e governança da The Sharp Fintech, Eduardo Grell, acredita que essa redução ocorra. “Quanto mais capital uma instituição tem que alocar para atender às regras prudenciais, mais resultado precisa gerar para manter a rentabilização do seu capital. Capital é uma “commodity” cara. Quando há uma diminuição da exigência de capital, é de se esperar que os juros cobrados pelas instituições possam diminuir.”


Para Eduardo Grell, o primeiro efeito prático da resolução é que as instituições financeiras (incluindo fintechs) e de pagamento em conglomerado do S3 (instituições de portes inferior a 1%, e igual ou superior a 0,1% do PIB), que não sejam optantes de metodologia simplificada para requerimentos de capital, vão ter que adotar a nova sistemática para cálculo de risco operacional a partir de janeiro. A resolução vai permitir uma alocação de capital mais eficiente, inclusive para instituições menores. “Sempre que se fala em aumentar a eficiência, trata-se de um fortalecimento das instituições”.


O diretor da The Sharp observa ainda que o maior impacto em termos de requerimento de capital será sobre as instituições maiores, no grupo S1 (bancos com porte igual ou superior a 10% do PIB ou que exerçam atividade internacional relevante), que vão responder por mais de 80% do total de acréscimo de capital requerido nas contas do Banco Central. Grell diz que, no cálculo feito para um cliente da fintech no segmento S4, o capital requerido pelo modelo atual é quatro vezes maior do que o que será exigido com a nova sistemática. “É uma redução substancial da exigência de capital para o risco operacional”, afirma.

 

Telecomunicações

 

 5,4 mil

quilômetros de cabos de telecomunicações foram roubados e furtados em 2023, prejudicando 7,6 milhões de consumidores, segundo dados da Feninfra


Energia firme

Apesar de todo o avanço da energia solar e eólica, são as hidrelétricas que garantem o suprimento elétrico do país. Balanço da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) mostra que, em abril, elas entregaram 54,6 mil megawatts médios (MWm) para o Sistema Interligado Nacional, contra 8,1 mil MWm das eólicas e 3 mil MWm das solares. Em relação a abril de 2023, a geração hidrelétrica cresceu 4,8%, a eólica 19,6% e a solar 58,9%.


Sem crise

O mercado de produtos pet brasileiro deve chegar a um faturamento de R$ 76,3 bilhões neste ano, segundo projeções do Instituto Pet Brasil. No primeiro trimestre, apenas o segmento de Pet Food, que representa 54,7% do total do setor, registrou vendas de R$ 41,7 bilhões. Quanto aos pontos de venda, os micro e pequenos estabelecimentos representam 48,7% da movimentação, o que representa um faturamento de R$ 37,2 bilhões.