Um estudo feito pela Fundação Dom Cabral (FDC) com base na logística de 15 setores confirma que o transporte rodoviário é o principal modal de transporte de carga em longas distâncias, situação que se manterá até 2035 se nada for feito em termos de infraestrutura para alterar o perfil logístico para grandes trechos. De acordo com o levantamento, o setor que mais depende das rodovias é o de alimentos e bebidas, com 91,4% de todas as cargas sendo transportadas por rodovias. Outros 5,1% são transportados por cabotagem na costa brasileira e 3,5% vão pelos rios do país até o consumidor final. E a previsão é que esse perfil se modifique pouco até 2035, quando as rodovias devem responder por 88,9% da movimentação da indústria alimentícia, que deve aumentar para 7,1% o total de cargas transportadas por cabotagem e para 4% as levadas por via fluvial.

“A malha rodoviária é de extrema importância para o nosso país. Um sistema rodoviário ruim, significa que nossa alimentação também será comprometida”, afirma Paulo Resende, professor e coordenador do Núcleo de Infraestrutura, Supply Chain e Logística da Fundação Dom Cabral e responsável pela Plataforma sobre Infraestrutura Logística de Transportes (PLIT-FDC), onde estão os resultados da pesquisa “Cenários de carregamento da rede multimodal de transporte com fluxos de cargas nos horizontes base atual e projetados (ainda sem novas infraestruturas)”. O estudo considera apenas o transporte de longa distância e as variáveis Volume de Cargas (TU) e Produção de Transporte (TKU).

O estudo revela a sobrecarga das rodovias na logística da indústria brasileira e destaca que ela continuará sendo um gargalo para o escoamento de produtos dentro do país. “Se a rodovia parar, para o Brasil. Já vimos isso antes e a sociedade é quem sofre com esses acontecimentos. Já sabemos que o prejuízo por ter uma matriz desse jeito é de R$ 30 bilhões por ano”, pontua Paulo Resende. Para se ter ideia da pressão, o volume de alimentos e bebidas transportados em 2022 – ano-base do estudo – foi de 169,36 milhões de toneladas, enquanto em 2035 deve chegar a 226,81 milhões de toneladas, ou 57,45 milhões de toneladas a mais sendo transportadas basicamente por rodovias, com participação marginal da cabotagem e da navegação fluvial e nenhum uso de ferrovias.

Essa mesma dependência ocorre em relação aos produtos manufaturados. De acordo com a pesquisa da FDC, 85,2% desses produtos trafegam por rodovias entre o embarque e a descarga. No caso dos manufaturados, a ferrovia é utilizada para traslado de produtos por longas distâncias, mas apenas 2,1% do volume segue por vias férreas, outros 7,4% vão por cabotagem e 5,3% pelos rios. Em 2022, esse setor movimentou 304,67 milhões de toneladas. A previsão é de que em 2035 esse volume seja de 365 milhões de toneladas, com redução da participação das ferrovias para 1,9% e as rodovias respondendo por 84.7% da movimentação de manufaturados no país.

“Esse é um tipo de produto que depende muito da facilidade que só é possível encontrar pelas rodovias para entrega porta-a-porta (máquinas, equipamentos e outros bens de consumo duráveis)”, afirma o professor da FDC. “Neste grupo, é possível considerar o equilíbrio entre rodovias e ferrovias/rodovias, uma oportunidade para o transporte multimodal”, explica Paulo Resende.Além de alimentos e bebidas e manufaturados, a pesquisa abordou também soja em grãos, farelo de soja, milho em grãos, celulose e papel, fertilizantes Importados, combustíveis, petróleo e químicos, cimento ensacado, minério de ferro, carvão mineral, outros da lavoura e pecuária, outros Minerais e produtos de borracha, plástico e não-metal.

Feito sem considerar nenhum investimento na infraestrutura – hoje os investimentos nas ferrovias são insuficientes para manutenção das vias – o estudo alerta para o fato de que em 2035 as rodovias devem responder por 63,7% das cargas movimentadas no país. Hoje elas respondem por 62,2% das cargas do país. “O Brasil é um país de altíssima dependência das rodovias para o suprimento de sua população em alimentos e bebidas. Dificilmente haverá mudanças estruturais nessa condição. Portanto, é imprescindível o investimento na qualidade do sistema rodoviário”, defende Paulo Resende.


Varejo

R$ 241 milhões foi o movimento das pequenas e microempresas online nas três semanas que antecederam o Dia das Mães este ano


Melhorando

Com empresas no setor editorial, em negócios de florestal renovável e imobiliário, a Melhoramentos criou um programa para dar boas vindas aos novos funcionários. No programa 'Melhoramentos Onboarding”, o contratado é acolhido por um “padrinho” indicado pelo gestor para ajudá-los no primeiro dia e apresentá-lo à empresa. No primeiro dia o novo contratado recebe um kit de boas vindas e conhece todos os setores da empresa.


Previdência

Os planos de previdência privada fecharam o primeiro trimestre deste ano com mais de R$ 47 bilhões em prêmios e contribuições, no melhor resultado para o período desde 2013. Esse valor representa um crescimento de 19,8% em relação a igual período do ano passado. Os resgates registraram queda de 7,4%, na mesma base de comparação, somando R$ 31,5 bilhões no trimestre. Com isso, a captação líquida foi de R$ 15,6 bilhõesssim, a captação líquida, segundo dados da Fenaprevi. A previsão da entidade é de que o setor cresça neste ano.




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