Os impactos das mudanças climáticas são perceptíveis para a imensa maioria dos brasileiros, mas elas não estão apenas nos grandes eventos, como chuvas intensas, elevação da temperatura e secas sem precedentes e são sentidas também no bolso dos consumidores. Com a afluência baixa nos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste, Norte e Nordeste – maio teve o pior desempenho da história –, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acionou para julho a bandeira amarela sobre as contas de luz, com a cobrança adicional de R$ 1,88 a cada 100 KW/h consumido. O acionamento foi feito depois de 26 meses de bandeira verde e mesmo com os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste com 67,03% de armazenamento no fim de junho. A região responde por cerca de 70% da capacidade de geração hídrica do país.

 



“Nós tivemos dois verões (período chuvoso) excepcionais, mas também o pior maio com o pior desempenho da história hidrológica do Brasil”, afirma o diretor da CMU Comercializadora de Energia, acrescentando que as fortes chuvas no Sul do país, que elevaram o nível dos reservatórios na região para 87,28%, não mudam significativamente o cenário pelo fato de o subsistema representa apenas 7% da capacidade de geração de energia hidrelétrica. “A afluência prevista para este ano está boa, então o Operador Nacional do Sistema (ONS) tomou a medida preventiva, razoável, de manter (água nos reservatórios)”.



Pra Fróes, mesmo com uma maior participação do mercado livre de energia no suprimento da demanda do país – onde as fontes são renováveis sem a incidência das bandeiras –, a medida da Aneel favorece a preservação de água nos reservatórios das hidrelétricas, mas ele alerta que esse quadro pode se alterar. Hoje, o Mercado Livre de Energia, segundo Fróes, responde por cerca de 38% de toda a carga do país, com a possibilidade desse percentual crescer nos próximos anos e passar de 40%. Com isso, menos consumidores do mercado cativo (das concessionárias) serão pressionados em situações de crise.

 





“Com o La Niña se formando em agosto, a tendência é de período seco mais prolongado e atraso na retomada do período úmido na primavera”, diz Ana Clara Marques, meteorologista e especialista em clima para o setor elétrico. Esse quadro, lembra ela, se agrava com o aumento do consumo de energia no inverno, por causa das temperaturas mais elevadas do que o normal. A previsão do ONS para este mês é de aumento de 4,5% no consumo de energia no país, este mês. Walter Fróes chama a atenção para o atraso do início do período chuvoso, o que pode afetar a condição dos reservatórios e levar ao acionamento da bandeira vermelha patamar 1, indicando a necessidade de acionar termelétricas.



“Na quinta-feira passada, considerando uma medição hora a hora, houve perda de geração eólica e solar e o operador teve que acionar usinas térmicas e por uma hora e meia o custo foi recorde de R$ 1.400 por MWh”, revela o diretor da CMU Comercializadora de Energia. Isso ocorre em função da segurança do sistema e tem um custo para as distribuidoras de energia, que futuramente será repassado para os consumidores. Outro gargalo é o fato de haver redução de clientes no mercado regulado, o que diminui a faixa da população que arca com os custos das térmicas. O pico de preço, segundo Fróes, foi gerado pela demora na entrada da energia gerada pelas eólicas, o que obrigou o ONS a acionar térmicas. A temporada agora é de energia cara.

 



On-Line

R$ 2 bilhões Foi o faturamento das pequenas e médias empresas com as vendas pela internet no primeiro semestre deste ano, segundo a Nuvemshop.



Na liderança

Com 220.457 unidades emplacadas no primeiro semestre deste ano, a Fiat se manteve na liderança do mercado brasileiro de veículos automotores, com 20,4% de participação. A marca “mineira” emplacou 51.814 veículos a mais do que a segunda colocada. Entre as marcas da montadora que destacaram está o Cronos, com aumento de quase 60% nas vendas e a Toro, com crescimento de 27,1%.



Startups

Líder no segmento de beleza e cuidados pessoais, a Natura se uniu à Vox Capital, gestora de investimentos de capital de risco, para criar o fundo Natura Ventures para acelerar startups em estágio inicial. Com capital inicial de R$ 50 milhões para três anos, o fundo planeja investir entre R$ 2 milhões e R$ 10 milhões em até 15 startups. Entre as áreas de investimento estão circularidade e regeneração e experiência dos clientes.


compartilhe