As medidas que o governo quer tomar agora e que foram solicitadas ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram a maturidade na gestão da garantia do suprimento de energia elétrica no país. A intenção é evitar que um novo período seco prolongado e com chuvas abaixo da média jogue os reservatórios das hidrelétricas para o nível mais baixo, como ocorreu em 2021. O plano de contingência solicitado pelo Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE) ao operador do sistema busca exatamente fixar os parâmetros para assegurar o fornecimento considerando um novo período de estiagem prolongada e um período chuvoso, que se inicia na primavera com chuvas abaixo da média histórica.

 

A volta do horário de verão recomendada pelo ONS terá mais efeito psicológico do que propriamente prático, uma vez que quando foi criado buscava atenuar o impacto do pico do consumo (18h às 20h) sobre a geração hídrica de energia. Hoje, com o aumento das temperaturas, o pico do consumo se deslocou para o período da tarde, quando aparelhos de ar-condicionado e ventiladores são ligados. E ainda assim, este ano os reservatórios das hidrelétricas, que ainda respondem por cerca de 60% da geração de energia elétrica no país, estão em uma posição mais confortável do que em anos de crise.

 

 

Na quarta-feira, segundo dados do ONS, os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste estavam com 50,07% da capacidade de armazenamento de água, devendo fechar o mês em 48%. Embora muito abaixo dos mais de 80% registrados na mesma época do ano passado, estão muito acima dos 17,5% de setembro de 2021 e dos 15,8% de novembro de 2014, o pior índice da história. Nos outros sistemas de geração hídrica a situação é confortável. Hidrelétricas no Sul, que respondem por 7% da capacidade de armazenamento de energia, estavam com 55,55%, as do Nordeste (17,7%%) com 51,86% e as dos Norte (5,24%%) com 77,10%.

 

A principal preocupação neste momento é o atraso no início do período chuvoso e o regime de escassez permanecendo até o fim do ano nas principais regiões do país para a geração de energia elétrica, o que reduzirá o nível dos reservatórios, que também sofrem o efeito a evaporação com o calor intenso. Nesse cenário, o país pode chegar ao fim do próximo período seco com níveis baixos de armazenamento nas hidrelétricas, o que obrigará o acionamento de mais usinas térmicas e o encarecimento da conta de luz.

 



 

As térmicas foram acionadas antes do fim do período seco este ano para preservar água nos reservatórios das usinas. O horário de verão tem a aprovação da maioria da população e teria um efeito reduzido sobre a ponta do consumo, mas pode assegurar o suprimento depois do pôr do sol, quando as energias solar e eólica saem do sistema. Juntas, elas respondem por 20% da geração de energia ao longo do dia. Mesmo com o horário de verão, o Brasil continuará necessitando do acionamento das termelétricas, que levam à adoção das bandeiras tarifárias. Apenas o horário de verão não será suficiente para dar sustentabilidade ao setor elétrico caso as mudanças climáticas continuem alterando os regimes hídricos nas bacias hidrográficas onde estão as hidrelétricas.

 

Varejo

R$ 1,8 bilhão é o valor das 54 ofertas de investimentos em startups do setor varejista entre janeiro de 2023 e o mês passado, segundo estudo da Liga Ventures.

 

 

Café

Condições climáticas adversas, com estiagem, chuvas esparsas e mal distribuídas e altas temperaturas no período de amadurecimento dos frutos derrubou a produtividade nas lavouras de café. Na média nacional são estimadas 28,8 sacas por hectare, 1,9% do volume verificado na safra de 2023. A safra de 2024 do grão está estimada em 54,79 milhões de sacas beneficiadas, redução de 0,5% se comparada com a produção obtida em 2023.

 

 

Condomínios

Com uma oscilação de 10,9% em janeiro a 10,3% em junho, a taxa média de inadimplência acima de 30 dias nos condomínios brasileiros ficou em 10,6% no acumulado do primeiro semestre deste ano de acordo com análise da Superlógica, que atende a mais de 108 mil condomínios e todo o país, entre 70 mil clientes de todas as regiões num universo de mais de 3 milhões de imóveis (casas e apartamentos).

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