A atividade econômica no último trimestre do ano deve ser impulsionada pelos setores de comércio e serviços pelo lado da oferta e pelo consumo das famílias do lado da demanda. Com o mercado de trabalho aquecido e os salários tendo ganho real e o pagamento do 13º salário devendo injetar cerca de R$ 320 bilhões na economia, os dois setores devem se beneficiar, impulsionando o crescimento econômico. Além disso, promoções de fim de ano prometem aquecer o consumo.

 



Somente na Black Friday, as previsões da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), são de que ela deve gerar um movimento de R$ 15,8 bilhões.No último mês do ano, o Natal vai embalar o movimento da economia, que deve continuar aquecida. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que em setembro as vendas do comércio varejista avançaram 0,5% , voltando ao positivo depois de uma queda de 0,2% em agosto.

 





Os dados de outubro do IBGE só devem ser divulgados no início de dezembro, mas um levantamento da Stone Varejo mostra que as vendas do varejo reagiram também em outubro. O Índice do Varejo Stone (IVS) mostra que as vendas do comércio brasileiro cresceram 2,5% no mês passado com relação a setembro. Na comparação com outubro de 2023 o aumento foi de 4%.

 

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“Outubro foi um mês muito positivo para o varejo, com crescimento tanto nas lojas físicas quanto online. O setor também teve um bom desempenho no recorte regional e entre os segmentos analisados, recuperando boa parte da queda no mês passado”, afirma Matheus Calvelli, pesquisador econômico e cientista de dados da Stone. “Com as expectativas altas para o segundo semestre, esses resultados podem ser um impulso extra para que os empreendedores intensifiquem a preparação para datas estratégicas como a Black Friday e o Natal”, acrescenta.

Pelo levantamento da Abecs, 50% dos brasileiros pretendem realizar compras de produtos ou serviços nesta Black Friday, com um desembolso médio de R$ 1.380 por consumidor, sendo que a maior parte, 61%, pretendem gastar até R$ 1 mil. Na intenção de compra, eletrodomésticos e eletrônicos têm preferência de 40% e 33%, respectivamente. Isso indica que o maior avanço das vendas deve ocorrer on-line.

Esse incremento no e-commerce já é identificado. A pesquisa da Stone aponta que as vendas do comércio digital cresceram 3,2% em outubro, enquanto no varejo físico o avanço foi de 0,4%. Na comparação com outubro do ano passado, o comércio eletrônico avançou 4,9%, contra um avanço de 2,7% no varejo físico. No mês passado, o setor de tecidos, vestuário e calçados foi o que apresentou a maior alta, de 1,8%. São produtos cujas vendas ocorrem em grande parte pelas redes sociais e aplicativos de e-commerce.

 

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Outro dado que mostra a resiliência da economia e aponta para a manutenção do ritmo.no último trimestre é o IBC-br divulgado na semana passada com registro de crescimento da atividade economia em 0,8% em setembro na comparação com agosto, surpreendendo o mercado. No desdobramento dos dados, o setor de comércio se destacou, com expansão de 1,8%, contra uma alta de 1,1% da indústria.

O resultado levou o mercado financeiro a elevar a previsão de crescimento do PIB para este ano. Para economistas e analistas ouvidos pelo Banco Central a geração de riqueza do Brasil terá alta de 3,10%. Ontem, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou sua projeção de crescimento do PIB deste ano de 2,4% para 3,4% e já há bancos de investimento prevendo um aumento de 3,5% no PIB deste ano. O certo é que, diferentemente do que se previa no início deste ano, a economia brasileira se mantém resiliente à alta da taxa de juros, o que pode gerar pressões inflacionárias. Esse é o risco.

 

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Infraestrutura

R$ 259,3 bi Esse é valor dos investimentos públicos e privados no setor em 2024, o maior desde 2010, equivalente a 2,2% do PIB, segundo informou a ABDIB

Construção

Indicador antecedente da atividade econômica, as vendas de material de construção tiveram alta de 1,1% em outubro na comparação com setembro e de 9,2% sobre o mesmo mês do ano passado, segundo pesquisa da FGV para a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). A expectativa da indústria de materiais de construção é fechar o ano com crescimento de 4,5% no faturamento em relação a 2023.

Mais gergelim

O cultivo de gergelim no Brasil vem aumentando nos útlimos anos. Neste ano houve aumento de 83% na área plantada em relação a 2023, passado de 361 mil hectares para 660 mil hectares, de acordo com a Conab. Já a produção somou 261 mil toneladas, com aumento de 107% sobre as 174 mil toneladas produzidas na safra anterior. Apesar disso, a cultura sofre com a falta de tecnologia, baixa produtividade e falta de mecanização.



 
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