As discussões da COP 29 ficaram muito centradas no valor que os países ricos terão que desembolsar para os países pobres como compensação pelas mudanças climáticas e para que esses países possam mitigar os efeitos do aquecimento global. Mas a reunião em Baku, capital do Azerbaijão, mostrou também o que está sendo feito pela iniciativa privada para mitigar o aquecimento global. São ações para redução da emissão ou sequestro do CO2, para reduzir o consumo de água e energia elétrica, com adoção de formas renováveis e sustentáveis e para adoção da economia circular, com um menor uso de insumos da natureza. Por estarem num país com forte oferta de energia renovável, as empresas brasileiras levam vantagem na corrida por uma atividade industrial sustentável.
Pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Centro de Pesquisa em Economia Circular da Universidade de São Paulo (USP) divulgada recentemente identificou que 85% das indústrias do país adotam alguma prática de economia circular na busca por reduzir o desperdício ao aproveitar o máximo possível de um recurso natural. Além disso, 68% dos entrevistados do setor industrial afirmam que essas medidas contribuem para a redução de emissões de gases do efeito estufa. Para se ter ideia do impacto dessas medidas, a Fundação Ellen Macarthur afirma que a adoção da economia circular tem potencial de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em cerca de 40%, com a menor produção de materiais e melhor tratamento de resíduos.
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O Brasil conta com uma Política Nacional de Economia Circular aprovada no Congresso e com a Estratégia Nacional de Economia Circular que estabelecem as normas e incentivos para o maior reaproveitamento de rejeitos e a circularidade de um produto, cujo exemplo clássico é o alumínio usado nas latas de bebidas. Há iniciativas com outros produtos, como vidro e plástico, mas ainda incipientes. O mesmo ocorre no setor têxtil, que ainda é pouco circular e convive com imagens como pilhas de roupas acumuladas no deserto do Atacama. Umas das empresas do segmento, a Renner foi a única do setor a apresentar na COP 29 o seu segundo ciclo de compromissos públicos com metas até 2030.
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No primeiro ciclo, iniciado em 2016, a rede de lojas superou as metas, com 81,3% dos produtos de vestuário com menor impacto ambiental, contra o objetivo de 80%. A empresa informa ainda que reduziu em 35,4% as emissões corporativas de CO2 e hoje conta com 100% do consumo corporativo de energia a partir de fontes renováveis. Outro ponto é o fato de ter toda a cadeia de fornecimento de artigos têxteis com certificação socioambiental. Entre as metas fixadas até 2030 estão reduzir em 55% a emissão de CO2 de cada peça de vestuário e calçado produzido pela cadeia de fornecimento e chegar a 100% das roupas das marcas próprias sendo mais sustentáveis, com a incorporação dos princípios da circularidade no desenvolvimento de todos os produtos, matérias-primas e serviços.
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Hoje, segundo a Renner, 8 em cada 10 peças de vestuário da empresa têm atributos de sustentabilidade, o que significa que elas foram confeccionadas com matérias-primas como algodão e viscose certificadas e fios reciclados. As peças incorporaram ainda redução no uso de água na produção e de componentes químicos. “Os 12 compromissos têm mais foco no adensamento das soluções climáticas, com solução de circularidade e regenerativa. Quando temos 80% dos produtos com menos impacto ambiental, isso conversa com o algodão certificado, com uso de menos agrotóxico, com o controle da água”, afirma Eduardo Ferlauto, gerente-geral de Sustentabilidade da Lojas Renner. De acordo com ele, dos 200 a 250 fornecedores da Renner hoje operam com 75% da energia renovável e a meta é chegar a 100%, enquanto o algodão é 100% certificado.
Música
R$ 13 milhões foi o valor distribuído pelo Ecad para 3.300 autores de músicas tocadas nos diversos palcos do Rock in Rio 2024, nos sete dias de apresentações.
Energia
O consumo de energia elétrica teve crescimento de 2,1% em outubro em relação ao mesmo mês do ano passado, somando 71.613 MW médios, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia (CCEE). Desse total, 60% foram direcionados para os consumidores do mercado regulado, das distribuidoras. Nesse segmento a demanda aumentou 1,2% em outubro, enquanto no mercado livre a alta no consumo foi de 3,5%.
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No campo
Apenas nos quatro primeiros meses do Plano Safra da Agricultura Familiar 2004/2005, os pequenos produtores foram responsáveis por buscar R$ 29,5 bilhões em financiamento. Esse valor representa um aumento de 4% em relação ao verificado na safra anterior, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Entre julho e outubro foram realizadas cerca de 678.000 operações de crédito para agricultores familiares e cooperativas.