Alta dos juros não é a única arma de combate da inflação
Outro mecanismo que pode ser utilizado pela autoridade monetária para frear a demanda e com isso tirar a pressão sobre os preços é elevar o compulsório dos banc
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SIGA NOA decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa de juros de forma unânime em um ponto percentual – acima da estimativa do mercado financeiro – pode levar um tempo para surtir o efeito esperado sobre os preços, mas seu impacto sobre o setor produtivo e sobre as contas públicas será imediato.
E o comunicado embute uma ameaça surda de que nas próximas duas reuniões o Copom poderá elevar a Selic em 1 ponto percentual em janeiro e em março, levando a taxa básica de juros da economia para 14,25%, uma das mais altas do mundo. Hoje, com nova alta, a taxa de juro real do Brasil subiu para 9,48%. a segunda mais alta do mundo, atrás da Turquia, 13,13%, mas à frente da Rússia, que está em guerra (8,91%).
Taxas de juros altas vão ter efeito sobre os preços com uma defasagem estimada de seis meses, mas sobre a economia real e sobre as contas públicas o efeito é imediato e danoso para a atividade econômica. Os juros elevados desestimulam investimentos, por superarem a taxa de retorno dos projetos e terem mais liquidez do que aportes que exigem um tempo maior. Afetam o bolso dos consumidores ao encarecer a compra de produtos e serviços de maior valor e tem um peso significativo sobre a dívida pública, expondo uma contradição: Os juros sobem para combater a inflação que sofre impacto do déficit fiscal que eleva o endividamento público.
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Apenas com o aumento de um ponto percentual da Selic, decidido por unanimidade, a dívida bruta do Brasil deve ter um aumento de R$ 50 bilhões, o que representa quase dois terços da economia de R$ 70 bilhões com o pacote de corte de gastos. Ou seja, em relação ao crescimento da dívida, todo o esforço da equipe econômica se perde com o aumento da Selic. Aumento de juros impacta também as empresas e consumidores endividados que precisam renegociar dívidas e, obviamente, para quem vai precisar de empréstimo.
É certo que o Banco Central não pode ser tolerante com a alta da inflação e os juros são a principal ferramenta de que dispõe para inibir a atividade econômica e com isso forçar a queda dos preços. Para o mercado financeiro, que ganha com a Selic alta, a alta da taxa de juros é a única forma de combater a inflação, o que obriga o Banco Central a adotar uma medida que favorece o mercado. Mas não é a única. O Banco Central dispõe de outros instrumentos para tentar reduzir pressões inflacionárias, mas é mais cômodo elevar a taxa de juros, com a ameaça de aumentar mais logo no começo de 2025.
Outro mecanismo que pode ser utilizado pela autoridade monetária para frear a demanda e com isso tirar a pressão sobre os preços é elevar o compulsório dos bancos, que é o dinheiro dos clientes que as instituições financeiras têm que deixar depositados no Banco Central. Na prática, o BC retira dinheiro de circulação ao limitar a disponibilidade dos bancos para oferecer crédito e com menos dinheiro disponível a pressão sobre os preços recua. Essa medida, no entanto, gera resistência do mercado financeiro, que quer a inflação controlada apenas com juros que afetam as contas públicas.
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O Banco Central pode, ainda, fazer leilões de contratos de dólar para aumentar a disponibilizar a divisa no mercado interno e reduzir a cotação em relação ao real. Como o que foi feito ontem com a oferta de US$ 4 bilhões. O fato de a oferta de moeda dos EUA ter fechado abaixo de R$ 6 é exatamente para evitar que a pressão de fim de ano das multinacionais para enviar recursos para o exterior não pressione a cotação do dólar, que encarece as importações e pode ter impacto sobre os combustíveis. Mas, se é certo que o Banco Central dispõe de mais ferramentas do que apenas os juros para combater a inflação, é certo também que o governo tem a obrigação de continuar com o esforço pra equilibrar as contas, sobretudo eliminando regalias de uma casta dos servidores públicos. É necessário ainda buscar mais eficiência no gasto público, drenando desperdícios.
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Café
As exportações de cafés do Brasil registraram receita recorde de US% 11,3 bilhões entre janeiro e novembro deste ano. O valor supera em 22,3% o recorde anterior de US$ 9,24 bilhões, em 2022. Nos 11 primeiros meses deste ano o valor médio da saca de café de US$ 243,58. Em volume, foram exportadas 4,46 milhões de sacas de 60 quilos, volume 32,2% maior do que nos 11 primeiros meses de 2023.
Subestação
Com investimento da ordem de R$ 55 milhões, a Isa Energia Brasil ampliou a subestação Replan, em Paulínia (SP), para contingência do sistema elétrico de 440 quilovolts (Kv), melhorando a confiabilidade no fornecimento de energia e a instalação de mais empresas de tecnologia na região. A ampliação vai gerar uma receita anual estimada em R$ 8,64 milhões para a Isa Energia.