Gabriel Guimarães e Eduardo Couto


Depois de nove meses de reuniões com cada setor, pela primeira vez, representantes dos governos federal e estadual, prefeituras, mineradoras, Ministério Público Federal e Estadual se reuniram para discutir a possibilidade de tirar do papel a “Rodovia do Minério”, alternativa ao fluxo de veículos na saída de Belo Horizonte.

 

O encontro aconteceu no Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica do Ministério Público de Minas Gerais (Compor), que tem como presidente Jarbas Soares Júnior; coordenador-geral, Carlos André Mariani Bittencourt; coordenadora técnico-jurídica, Danielle de Guimarães Germano Arlé; coordenador administrativo, Jairo Cruz Moreira; e coordenador do Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição, Luciano Luz Badini Martins.

 

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No fim do encontro, que durou ao menos sete horas, foi firmado um Termo de Acordo Parcial de Mediação. Nele, foi criado um grupo executivo com ações definidas para cada membro, que fará reuniões até 22 de novembro deste ano. O novo encontro das entidades está marcado para 28 de novembro, quando será apresentado os resultados do grupo de trabalho.

 

O desvio proposto inclui uma saída pela MG-030, começando próximo ao BH Shopping e chegando a Ouro Branco. A outra alternativa é na rodovia vicinal ITA-330, que começa no trevo do Viaduto das Almas (na BR-040) e, ao final, encontra com a MG-030.

 

Os prefeitos propõem a utilização do Terminal de “Fazendão”, sediado em Mariana (MG), para retirada do tráfego das carretas que transportam minério na BR-356. Ainda são propostas duas interseções da via no acesso da Mina de Capanema e no Laticínios ITA, além do prolongamento da “ITA-330” até a MG-030, com pavimentação da rodovia estadual no trajeto entre Itabirito e Ouro Branco, de 24 quilômetros.

 

Para a retirada do tráfego das carretas da BR-040 será necessária, também, de acordo com a proposta, a implantação do Terminal Ferroviário do Bação (TFB) para escoamento de 8 milhões de toneladas de minério, com o uso da Estrada Pico de Fábrica até a IT-330.

 

O principal ponto positivo é a convergência entre o poder público e a iniciativa privada sobre a necessidade de melhorias na logística de transporte de minério de ferro, que, além da redução do fluxo de carretas nas rodovias, importará na redução das emissões de carbono.

 



 

IA na descoberta de cobre na Zâmbia

 

Na última quinta-feira (13), a KoBold Metals informou a seus parceiros comerciais a descoberta de uma mina de cobre na Zâmbia, que é provavelmente a maior descoberta deste mineral em mais de uma década. De acordo com as estimativas da Kobold Metals, revisadas pelo The New York Times, a mina produziria pelo menos 300 mil toneladas de cobre por ano quando estiver totalmente operacional. Isso corresponde a um valor de bilhões de dólares por ano, durante décadas.

 

A descoberta deste rico filão de cobre foi revelada por uma complexa tecnologia orientada por inteligência artificial (IA) que a KoBold Metals vinha construindo meticulosamente há anos.

 

A KoBold Metals está usando sua tecnologia de inteligência artificial para processar dados de perfuração e otimizar a exploração de cobre. Esse é o primeiro sucesso confirmado de uma empresa que espera transformar radicalmente a maneira como encontramos metais essenciais não apenas para o setor de tecnologia, mas também para o combate às mudanças climáticas.

 

A indústria de mineração tradicional carecia de uma solução convincente. Usando técnicas de exploração em grande parte inalteradas há um século, o custo de novas descobertas estava aumentando enquanto o ritmo das descobertas diminuía.

 

Sediada na área da Baía de São Francisco, a KoBold Metals, cujos acionistas incluem a Breakthrough Energy Ventures – apoiada por Bill Gates, Jeff Bezos e Michael Bloomberg – bem como a T. Rowe Price Group, Bond Capital, Andreesen Horowitz e Equinor ASA, teve origem há meia década, quando os barões do Vale do Silício perceberam tardiamente o que estava por vir.

 

Seus produtos se tornaram a espinha dorsal da economia dos EUA. Mas seus negócios não poderiam crescer muito mais sem um aumento gigantesco na mineração de um punhado de matérias-primas que formam as baterias, sem as quais desde celulares até caminhões elétricos simplesmente não podem funcionar. Eles precisavam de muito mais cobre, cobalto, lítio e níquel.

 

A KoBold está injetando US$ 2,3 bilhões em sua primeira mina e está negociando parcerias complicadas com empreiteiras e governos. Ela está contando com o governo dos EUA para financiar uma nova ferrovia para exportar o cobre. E, como os barões da mineração de antigamente, seus líderes logo serão expostos às compensações sociais e ambientais que quase toda mineração apresenta. Com informações de O Globo.

 

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novas vagas para a ANM foram anunciadas pelos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, segunda-feira, com a abertura de concurso público. A portaria autorizando a realização do certame será publicada ainda nesta semana, informou o ministério

“Minas Gerais deu uma grande demonstração de maturidade e compromisso público, quando se coloca à mesa cerca de 100 mortes por ano numa rodovia. O acordo celebrado pelo Ministério Público, governos e empresas é uma ode à vida”

Jarbas Soares Júnior
procurador-geral de Justiça de Minas Gerais e presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais de Justiça


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