O seminário “Brasil-China 50 anos”, que comemora os 50 anos das relações diplomáticas entre Brasil e China, em Brasília, na última quinta-feira (1/8), teve como ponto forte a importância da mineração para a balança comercial brasileira e para a descarbonização da economia mundial.
Ao lado de Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, o presidente do Conselho da Cedro Participações, Lucas Kallas (foto), que vem liderando as discussões envolvendo o setor mineral, defendeu a necessidade de regulamentação de financiamentos incentivados para os investimentos necessários para a produção de minério de ferro de altíssima qualidade, chamado pellet feed de redução direta.
Registrou ainda que o Brasil poderá liderar a transição energética da indústria siderúrgica e a produção do aço verde, uma vez que os processos siderúrgicos terão uma redução de 50% das emissões de carbono com o uso do pellet feed de redução direta. O presidente do BNDES defendeu a reindustrialização da economia brasileira, ressaltando o interesse da instituição em investimentos estruturantes e na descarbonização da indústria siderúrgica.
O vice-presidente da Vale, Alexandre D'Ambrosio, registrou que a empresa realizou a primeira exportação de minério de ferro para a China em 1973 e, desde então, já foram exportados mais de 3 bilhões de toneladas. Também destacou que sem minério de ferro não existe descarbonização da economia, não existe preservação de florestas nem transição energética.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que tão bem representa o estado de Minas Gerais no governo Federal, destacou os leilões de linhas de transmissão que irão destravar R$ 200 bilhões em geração de energia limpa e renovável no Nordeste.
O ministro reassaltou a importância da regulamentação do hidrogênio verde para viabilizar a produção de fertilizantes. Também participaram do evento o vice-presidente da chinesa BYD, Alexandre Baldy; os ministros Paulo Pimenta e Rui Costa; o presidente da Apex, Jorge Viana; o embaixador da China, Zhu Qingqiau; o assessor da Presidência da República, Celso Amorim; e o secretário-chefe da Casa Civil da Bahia, Afonso Forense.
Pesquisa da UFV
A Universidade Federal de Viçosa (UFV), em parceria com a Companhia Brasileira de Lítio (CBL) e financiada pela Fapemig, está na vanguarda da pesquisa para uma mineração mais sustentável de lítio. O projeto visa utilizar rejeitos de silicato de alumínio para regenerar áreas degradadas pela mineração, com resultados promissores no crescimento de algumas espécies vegetais.
Esse esforço faz parte de uma iniciativa mais ampla do governo de Minas Gerais, que recentemente investiu R$ 1 bilhão para fortalecer o ecossistema de inovação até 2026, buscando maior sustentabilidade na cadeia produtiva do lítio no estado. Como exemplo de áreas mineradas e posteriormente recuperadas, podem ser citados os parques das Mangabeiras (BH) e do Ibirapuera (SP). Com informações da Folha da Mata – Viçosa.
Atuação Resolutiva
O XV Congresso Estadual do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que tem início hoje (7/8) e encerramento na sexta-feira (9/8,) traz como destaque a necessidade de se explorar soluções efetivas para os conflitos relacionados aos interesses defendidos pelo Ministério Público.
O evento contará com a presença de diversas autoridades e está sendo organizado pela Associação Mineira do Ministério Público (AMMP), presidida pela Dra. Larissa Amaral. O vice-governador de Minas, Matheus Simões; o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe; e,o presidente da Atlas Lithium, Marc Fogassa, são presenças confirmadas no evento.
A atuação do MPMG, que tem como chefe o procurador-geral de Justiça Jarbas Soares Júnior, tem se destacado na condução e incentivo a métodos de autocomposição de conflitos. Merece destaque a criação pela atual gestão do Compor, que tem protagonizado importantes soluções de conflitos, com celeridade e segurança jurídica.
Areia sustentável
Com operações iniciadas em 2023, a Agera, empresa criada pela Vale com foco em desenvolvimento e venda de areia sustentável, atingiu a marca de 1 milhão de toneladas de produtos vendidos, desde o início de sua produção.
Com investimentos em tecnologia e inovação, e objetivo de incrementar a economia circular nos empreendimentos de minério de ferro da companhia, em Minas Gerais, a empresa desenvolveu a areia sustentável, a partir do reaproveitamento de rejeitos.
A Agera conquistou um portfólio de 80 clientes em Minas, Espírito Santo, Distrito Federal e São Paulo; e seu produto tem forte aplicação na construção civil, em projetos de pavimentação rodoviária, sendo também alternativa ao uso da areia natural.
US$ 300 milhões
É o valor estimado dos investimentos da mineradora Aura Minerals (canadense) para exploração de duas minas de ouro em São Paulo e Mato Grosso, cujas operações devem iniciar em 2025
""Queremos uma verdadeira aliança pelo fortalecimento da cadeia de transformação mineral na América do Sul. E, para consolidarmos nossa posição nesse mercado estratégico, o Brasil lançará um programa abrangente para impulsionar a nossa indústria mineral. Vamos transformá-la numa mola propulsora da transição energética""
por Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia