A VOLL, startup mineira que cresce em ritmo alucinante, tem revolucionado o segmento de mobilidade corporativa, permitindo digitalizar e integrar em um só lugar todo o processo de viagem e deslocamento dos colaboradores quando estão fora da empresa. Dessa maneira, opções de transporte urbano, passagem aérea, reserva de hotel, alimentação e reembolso corporativo são feitos a partir de uma única central, consolidando os processos de mobilidade corporativa, que acontecem sem um único papel.

Jordana Souza é cofundadora e diretora comercial da VOLL, junto com Luiz Moura, Luciano Brandão e Eduardo Vasconcellos. Ela foi a primeira pessoa da sua família a ter um título de graduação e foi mãe aos 18 anos. A empreendedora apostou todas as fichas na startup e deu certo. A VOLL cresceu 150% em 2022 em comparação com o ano anterior, quando faturou R$ 200 milhões.

Hoje a empresa conta com unidades em Belo Horizonte e São Paulo, somando 500 mil usuários de mais de 300 clientes de companhias como Itaú, Nubank, Fundação Dom Cabral, iFood e Andrade Gutierrez. Confira a entrevista EXCLUSIVA para a coluna “Mundo Startup” aqui no Estado de Minas.

Quem é a Jordana, além do crachá de empreendedora bem sucedida?
Quando não estou atuando na VOLL eu sou uma mãe que ama estar e viajar com meus dois filhos. Também sou uma amiga que adora sair para jantar com os amigos ou pedalar por alguns quilômetros em meio à natureza.

Por que apostou as fichas no empreendedorismo de alto risco e não no mundo corporativo tradicional? O que te motivou trabalhar neste segmento?



Decidi apostar no empreendedorismo principalmente porque desta forma eu poderia mudar a vida das pessoas para melhor, da forma com que eu acredito. Fato que estando em uma empresa pensada por outras pessoas não aconteceria. Um exemplo prático acontece internamente. Sou a única cofundadora mulher entre outros três homens (Eduardo, Luciano e Luiz) e minha voz sempre teve o mesmo espaço e peso nas decisões. Na nossa cultura empresarial, incentivamos as mulheres a se posicionarem, expressarem suas opiniões e ocuparem seus espaços nas suas respectivas áreas de atuação. Eu me orgulho de ter em meu time uma liderança forte e feminina. O resultado é que hoje, mais de 60% da nossa equipe, de mais de 300 colaboradores em todo o Brasil, é composta por mulheres, e mais da metade dos cargos de liderança também são ocupados por elas. É um grande diferencial em um cenário onde menos de 21% das startups têm um número de mulheres considerado mais expressivo em seus times – de 26% a 49% do total.

De que maneira a tecnologia impacta hoje a logística das viagens? Como as empresas podem se beneficiar e economizarem efetivamente?
A gestão das viagens corporativas inclui, entre outros possíveis gastos: transporte aéreo, rodoviário ou locação de veículos, mais hospedagem, mobilidade urbana, alimentação e gestão das despesas. A tecnologia é inserida por meio de plataformas online e apps que oferecem comparativos de preços e atendimento, com mais agilidade, transparência no processo de reservas e economia, o que no caso dos recursos da VOLL, proporciona em média 30% na redução dos custos. Embora alguns cheguem a quase 50%, como é o caso do banco BMG que passou a ter economia média de 47% em fee por prestação de serviço, após migrar pro nosso sistema.

Quais são as maiores “dores” das empresas na hora de gerenciar as viagens corporativas?
Uma das dores mais comuns entre os gestores de viagens de grandes empresas é manter o elevado número de colaboradores (algumas chegam a ter mais de 100 mil funcionários viajando ao longo de cada mês) seguindo as políticas estabelecidas para as viagens, tanto das próprias empresas quanto das companhias aéreas, hotéis e outros serviços relacionados. Do planejamento à prestação de contas, na VOLL tudo é resolvido em um só lugar: o smartphone, em um clique pelo app. Isso porque a empresa define previamente os limites financeiros, as regras de antecipações de agendamento entre outras necessidades, personalizando o sistema de acordo com as suas próprias regras, podendo personalizar por setor, por hierarquia e até mesmo para cada funcionário. Se uma viagem não se encaixa nas definições estabelecidas na política, a pessoa é imediatamente sinalizada. No app da VOLL, por exemplo, em casos de reagendamentos tempestivos, a agência consegue, muitas vezes, fazê-los sem custo algum, devido aos acordos comerciais feitos previamente com companhias aéreas e hotéis de todo o Brasil.

Outra dor bastante comum é fazer uma prestação de contas que seja mais rápida e eficiente. Tais problemas costumam significar desperdício de tempo de trabalho da equipe e de dinheiro, além do estresse gerado para os envolvidos. Os relatórios pós-viagem, com diversas etapas, análise, conferência, aprovação e reembolso, são emitidos em uma só etapa e um só documento pelo sistema da VOLL, com todos os cálculos, informações e detalhes. Essa automação é transformadora para a frente de viagens corporativas da área de facilities de uma empresa.

Qual o grande diferencial competitivo da VOLL? Quem são os principais clientes?
Temos hoje uma série de serviços customizados. Por exemplo, além do fato de termos vantagens em relação às taxas dos serviços de viagens devido a acordos feitos, alta capilaridade, e inventário online de hotéis disponíveis na plataforma superior à média, ofertamos um recurso de pagamento e prestação de contas instantâneo que elimina a necessidade de adiantamentos e reembolsos quando o colaborador vai viajar. O VOLL Pay foi lançado em outubro do ano passado como uma solução pioneira que oferta com exclusividade seu meio de pagamento digital 100% pré-conciliado, permitindo que em um único app seja feita toda a organização da viagem até a gestão das despesas, em tempo real. Hoje atendemos mais de 300 companhias do porte de Itaú, Nubank, Fundação Dom Cabral, Vivo e Andrade Gutierrez, totalizando cerca de 450 mil usuários.

Qual o futuro das agências de viagens?
As viagens corporativas têm atingido números impressionantes, com uma alta de 23,7% no primeiro quadrimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2022, quando já se havia atingido o patamar pré-pandemia. Os dados do Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), desenvolvido pela FecomercioSP em parceria com a Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (ALAGEV) apontam um incremento de R$ 6,4 bilhões no setor.

Estive recentemente no Global Business Travel Association (GBTA 2023), em Dallas, nos EUA, e foram apresentados dados expressivos e eles apontam que as estimativas que eram para 2025 serão superadas já no ano que vem. Sendo assim, acredito que as agências de viagens que seguirem na digitalização e aprimoramento tecnológico de seus recursos terão muitas oportunidades em um futuro próximo.

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