Kalil aderiu à campanha de Lula, mas avalia que não teve reciprocidade à sua candidatura a governador -  (crédito: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A.PRESS 23/9/22)

Kalil aderiu à campanha de Lula, mas avalia que não teve reciprocidade à sua candidatura a governador

crédito: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A.PRESS 23/9/22

Já foi dito, mas pouco explorado, que o ex-prefeito de BH Alexandre Kalil (PSD) deu um sonoro não ao convite para jantar com o presidente Lula no último dia 7, em BH. O convite foi feito pelo anfitrião, ex-ministro e amigo do presidente, Walfrido Mares Guia. “Obrigado pelo convite. A resposta é não”, escreveu ele no mais típico estilo Kalil. A negativa reflete ao mesmo tempo os novos rumos que o ex-prefeito quer para si, que inclui distância do PT e de Lula.

A razão dessa postura são os efeitos eleitorais de 2022. Kalil aderiu à candidatura presidencial petista, mas avalia que não teve reciprocidade à sua candidatura a governador. Antes, líder das pesquisas em BH e região, ele ficou atrás do governador Romeu Zema, que se reelegeu em todas as regiões, incluindo a capital que Kalil governou por seis anos.

Considera também que não recebeu de Lula, após a eleição, o devido tratamento além de dois telefonemas. De lá para cá, o ex-prefeito distanciou-se de todos para lamber as feridas e fazer balanço. A reavaliação de seus projetos o mantém distante até do atual prefeito, Fuad Noman, que foi seu vice e é pré-candidato à reeleição pelo partido de ambos. Dele, Kalil guarda dissabores, como demissão de aliados e descontinuidade de projetos administrativos.

Além disso, Fuad se aproxima de Lula para a eleição deste ano, com repercussão para 2026, onde o PSD deles sonha em lançar o senador Rodrigo Pacheco ao governo de Minas. Tudo somado, Kalil voltará de viagem na próxima semana para começar a se definir. Sua prioridade, claro, é buscar sobrevivência nesse cenário político que desfavorece seu futuro.

Nos bastidores, especulam que não reprova Fuad, mas que está propenso a dar apoio branco a outro pré-candidato, Carlos Viana (senador pelo Podemos). Ao se distanciar do PT, Kalil recuperou parte do prestígio e é, hoje, um dos principais cabos eleitorais da capital mineira. Enquanto não se define, será cortejado por vários pré-candidatos, entre eles o próprio Fuad.

Minas disputa CNM

Com a união política de Minas, o ex-presidente da Associação Mineira dos Municípios (AMM) e ex-prefeito de Moema (Oeste), Julvan Lacerda, vai disputar o comando da Confederação Nacional de Municípios (CNM). As eleições serão realizadas em 1º de março em um clima de racha na atual diretoria. Atual vice-presidente da entidade nacional, Julvan vai enfrentar ninguém menos do que o atual presidente, Paulo Ziulkoski, que já dirigiu a CNM por vários mandatos. O grupo político de Ziulkoski comanda a entidade há 25 anos.

Renovação

Com apelo à renovação, Julvan já conquistou importantes apoios, como do governador Romeu Zema e do senador Rodrigo Pacheco. Além dos prefeitos mineiros e da AMM, Julvan vem ganhando força política. A mobilização já tem a parceria das associações de prefeitos do Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, além de dissidentes em vários outros estados.