As pesquisas podem até errar, mas nem tanto. Desde a pré-campanha, os candidatos da direita têm demonstrado, em BH, maiores intenções de voto para vencer o jogo do que os da esquerda e da centro-esquerda.

 

Mesmo com o início da campanha, hoje, três candidatos do campo político da direita rondam os três primeiros lugares, quando há vaga para só dois no segundo turno. Os da esquerda, centro-esquerda e o centro pontuam depois do quarto lugar.

 

No conjunto da obra, há erros de estratégia e de visão política. Como líder desse segmento, por exemplo, o PT está constrangido ante a suposta rejeição do eleitorado da capital.

 

Tanto é que as peças publicitárias do partido, mais ostensivas nas redes sociais, omitem a estrela e a logomarca do PT. O argumento adotado pelo marketing político é o de que a candidatura é apoiada por federação de legendas, como se fosse diferente quando faziam coligações.

 

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Sem um discurso e projeto definidos, o candidato Rogério Correia voltou suas baterias, nesta terça (19), contra a candidata a vice do líder nas pesquisas, Mauro Tramonte, segundo sondagens diversas. Criticar Luísa Barreto não tira votos dela porque ela não os terá; na verdade, os que forem dados serão do cabeça de chapa. O foco de Correia e do PT não é, nem deveria ser, essa chapa. O alvo da esquerda, no atual momento, é o segundo lugar na pesquisa e o adversário é um daqueles que poderiam ocupar a vaga no segundo turno.

 



O petista é o candidato mais identificado com a esquerda tradicional. Nos últimos anos, firmou-se como o maior combatente do neoliberalismo protagonizado pelo tucano Aécio Neves. Ainda assim, os eleitores de esquerda não lhes dão o reconhecimento. Uma das revelações desse campo, Duda Salabert (PDT) estacionou no mesmo patamar da geração anterior.



Eles estão falando alguma coisa, mas ainda não foram entendidos nem ouvidos. O voto útil poderá ser o apelo final caso a mensagem da esquerda e da centro-esquerda não faça parte da realidade da maioria das pessoas da capital mineira que irá votar no dia 6 de outubro.

 

Outro dia, o petista chegou a pedir voto vinculado na eleição, uma prática tentada e condenada na ditadura. E mais, os adversários deles terão cabo eleitoral de peso. Tramonte uniu o governador Romeu Zema (Novo) e o ex-prefeito Alexandre Kalil. Bruno Engler terá o apoio explícito do ex-presidente Bolsonaro. Já o presidente Lula (PT) mantém-se distante da capital mineira para não se indispor com os aliados, que têm três candidaturas na disputa.

 

 

Janela para rival em Contagem

 

Alguns aliados classificam como um tiro no pé a conquista do PT de Contagem (Grande BH) de garantir a realização de programa de TV e rádio na campanha eleitoral municipal. A medida abriu janela de oportunidade para a oposição que, agora, vai ganhar o mesmo espaço que os rivais na TV e rádio. E mais, a transmissão dos programas eleitorais será feita pela TV Record, a segunda em audiência no município, especialmente grande no meio evangélico. Ontem mesmo, Bolsonaro mostrou-se animado a vir a Contagem para a campanha. Hoje, a atual prefeita Marília Campos (PT) lidera a disputa contra o bolsonarista Junio Amaral (PL).



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