Bruno Engler tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como seu grande cabo eleitoral para o 2º turno. Fuad Noman terá que avaliar bônus e ônus de uma aliança com o presidente Lula -  (crédito: Montagem)

Bruno Engler tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como seu grande cabo eleitoral para o 2º turno. Fuad Noman terá que avaliar bônus e ônus de uma aliança com o presidente Lula

crédito: Montagem
A impressionante reviravolta na votação deste 1º turno, colocando os candidatos Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD) no 2º turno em BH, vai resgatar com força a polarização nacional. O duelo entre a esquerda e a direita. A reta final da campanha com o incentivo ao voto útil do eleitor de esquerda foi uma prévia da disputa definitiva que começa hoje. Bruno Engler vai abraçar ainda mais o bolsonarismo e o voto de direita, empurrando o centrista Fuad Noman para o campo da esquerda, onde poderá buscar mais votos. Ele sabe que o eleitor e a eleitora vão se concentrar e cobrar respostas aos problemas da cidade. No campo das alianças, Engler não poderá cair na tentação de alianças com quem criticou até aqui.
 
 
Fuad tentará fugir do carimbo de esquerda, buscando convencer que poderá gerenciar melhor o próximo quadriênio de Belo Horizonte do que o rival, menos experiente e ligado a um projeto político nacional. Por sua vez, Fuad chegou até aqui sozinho, sem o apoio dos principais padrinhos políticos. O governador Romeu Zema (Novo) estava junto com o ex-prefeito Alexandre Kalil (Republicanos) no apoio ao candidato Mauro Tramonte (Republicanos). Bolsonaro ficou com Bruno Engler, e Lula não apoiou diretamente a ninguém. É possível que Lula se coloque à disposição, mas Fuad terá que avaliar os bônus e ônus da associação. O eleitorado da capital mostrou que está rejeitando o PT fortemente.
 

 

Kalil fica fora do jogo


Até quatro meses atrás, Kalil era o grande, talvez, o maior eleitor de Belo Horizonte. Fez uma mudança partidária de risco e uma bagunça na cabeça do eleitor: trocou seu ex-vice (Fuad Noman) por uma aventura, de olho nas eleições estaduais de 2026. Vai ficar fora do segundo turno e sai como um dos grandes derrotados. Seu futuro político fica incerto a partir de agora.
 

Zema e Simões: derrotados


Não foi sem razão que o governador Romeu Zema e a candidata a vice de Tramonte, Luísa Barreto (Novo), sumiram da campanha eleitoral. Os indicadores apontavam que a presença deles afetava o desempenho do candidato a prefeito, como se confirmou. O vice-governador Mateus Simões (Novo) nem sequer apareceu.
 
 

Esquerda terá se reinventar

 

Vítimas de erros de avaliação e do cálculo político, os partidos de esquerda amargaram uma das piores derrotas de sua história nas eleições de Belo Horizonte. Não deram atenção às recomendações do presidente Lula (PT), que orientava por uma formação de uma frente ampla, semelhante à que o elegeu. Fizeram uma aliança parcial da esquerda e perderam a competitividade.


Marilismo: 4º mandato


A poucos quilômetros da capital mineira, onde seu partido está rejeitado, a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), confirmou a liderança e vai para o quarto mandato. Chegou a hora de os cardeais do PT se aconselharem para conhecer os segredos dela. Na cidade, ela é maior do que o PT e do que o próprio lulismo, que foi derrotado por Bolsonaro em 2022.


No braço e no gogó

Gabriel Azevedo, o candidato do “eu sozinho”, carregou sua campanha no braço e no gogó. É um daqueles candidatos que, claro, entrou para vencer, mas, tinha um plano B, de não sair menor do que entrou. Poderá construir sua liderança política.
 

Avanços para a reta final


Três dias depois da votação deste domingo, os prefeitos mineiros já têm trabalho em Brasília. Na próxima quarta-feira (9/10), na sede da Confederação Nacional de Municípios (CNM), eles irão retomar as pautas prioritárias do movimento municipalista no Congresso Nacional. “A participação de prefeitas e prefeitos é importante para que a nossa pauta avance no Congresso e possamos ainda ter conquistas nessa reta final dos mandatos municipais”, adiantou o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Marcos Vinicius, atual prefeito de Coronel Fabriciano (Leste) e vice-presidente da CNM.
 

Falta de vacinas confirmada


O Ministério da Saúde, por meio de uma nota técnica, reconheceu a falta de abastecimento de vacinas na rede pública de saúde, o que tem afetado diretamente municípios de todo o país. Com base no documento, enviado à CNM, o ministério informou que os problemas enfrentados estão relacionados principalmente à fabricação, à logística e à demanda.
 
Para contornar os problemas, tentará formas alternativas de aquisição, principalmente via Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A previsão é de que, ainda neste mês, irá regularizar os estoques da tríplice viral, HA, HPV, meningo ACWY. Porém, para as de varicela, meningo C e tetraviral só para o ano que vem. Quanto à febre amarela, ainda não há alternativa clara para evitar o desabastecimento. Já ao imunizante contra a Covid-19, não foi dada uma previsão, pois a licitação está em andamento.