Uma pesquisa diz que Fuad Noman (PSD) está vencendo Bruno Engler (PL) com 10 pontos de frente; outra aponta que há empate técnico com pequena vantagem do candidato à reeleição. Em todas elas, há um consenso: é alta a rejeição ao candidato do PL, especialmente no eleitorado feminino. Escaldadas por eleições e experiências recentes, as mulheres estão rejeitando, ao final, o bolsonarismo do qual Bruno Engler é defensor e porta-voz.
Hoje, 30% do eleitorado reprovam o bolsonarismo, que, somados aos 30% que não votaram no 1º turno (abstenção), sobram só 30% para Engler conquistar. O bolsonarismo levaria, como levou, seu candidato ao 2º turno (foram 34% da votação), mas, depois, atrapalha, caso seu representante não apresente vida própria.
Entre os eleitores do candidato do PL, 55% são homens e tem menos de 40% das mulheres no somatório das pesquisas. No último Datafolha (de 8 e 9/10, TSE 9634/24), 50% delas dizem que não votam nele de jeito nenhum. No caso de Fuad, a rejeição do eleitorado feminino cai a 39%.
Apesar de orientado, Engler quis ser coerente e fiel ao chefe político, reafirmando que é o único representante dele na eleição. Assim foi feito no 1º turno, condição que o levou à etapa final. O erro foi trazer o ex-presidente mais uma vez a BH, a primeira no segundo turno em manifestação fraca e de baixo público. Se o bolsonarismo foi sua glória no 1º turno, pode ser agora o fracasso.
Debate é última arma
Na contagem regressiva de hoje até domingo, os dois candidatos finalistas na eleição de BH vão experimentar os sete dias mais importantes de suas carreiras. Para Engler, o momento mais definitivo será o debate da TV Globo, na próxima quinta-feira. Como ele, Fuad está se preparando meticulosamente, para evitar o desastre de sua participação no confronto na rádio Itatiaia no primeiro turno.
Antes do apoio, Zema jogou praga
Em janeiro do ano passado, o governador Romeu Zema (Novo) chegou a ligar ao deputado estadual Bruno Engler para jogar-lhe uma praga. “Não conte comigo em sua campanha para prefeito daqui a dois anos”, teria dito Zema a Engler para reclamar do apoio que ele e a bancada do PL estavam dando ao rival. A ligação foi feita ao lado do vice Mateus Simões (Novo), de seu então candidato a presidente da Assembleia, Roberto Andrade (então no Patriota) e de Evandro Negrão (eminência parda).
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Poucos dias depois, Tadeu Leite (MDB) foi eleito como candidato único, derrotando Zema no primeiro confronto com a nova e atual Assembleia. Nessa votação, como em outras, o PL votou contra Zema e tem sido menos fiel do que PSD de Fuad.
Secretaria não resolveu
De lá pra cá, Zema tem se esforçado para ficar bem com os bolsonaristas da Assembleia. Nomeou a deputada Alê Portela (PL) para a Secretaria de Desenvolvimento Social, mas o partido permaneceu “independente”. Na reunião que definiu o apoio à candidatura a prefeito, Zema voltou a cobrar de Engler mais fidelidade da bancada.
Para não ficar mal com outros aliados, o governador fez o anúncio de apoio numa cidade a 70 quilômetros de BH, Sete Lagoas, onde seu candidato levou uma surra do PSD do eleito Douglas Melo. Engler parece ter ficado satisfeito com o apoio, mas terá que fazer o cálculo de nova rejeição trazida pelo governador junto ao funcionalismo. O professorado e, especialmente, os policiais, que o candidato defende, reprovam o governo do Novo.
Menin de bem com o eleito
Já foi dito por publicação nacional que o megaempresário Rubens Menin (dono da Itatiaia, MRV, Atlético...) foi o primeiro vencedor das eleições deste ano. Junto de seu clã, fez doações milionárias para Fuad e Engler. Seu primeiro objetivo foi alcançado, que era derrotar o desafeto atleticano Alexandre Kalil, apoiador de Mauro Tramonte (Republicanos).
O segundo é ter as portas abertas na Avenida Afonso Pena, 1.212 (Centro). A preferência dele é explícita por Fuad, que tem como vice Álvaro Damião, um dos ícones do jornalismo esportivo de sua rádio. Aliás, o time esportivo inteiro da Itatiaia entrou em peso na propaganda de rádio de Fuad, narrando as obras do prefeito com grito de gols de uma partida.
Crea/MG contra crise climática
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), promove, amanhã em sua sede, o workshop contra a crise climática e o efeito estufa. Gratuito e aberto, o tema do encontro será ‘O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono’. Diversos especialistas se reunirão para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil.
O tema é uma demanda mundial urgente. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, antecipou a coordenadora do evento e engenheira mecânica Sírcia de Sousa.