Paulo de Tarso Morais Filho foi o segundo na lista tríplice com a diferença de apenas um voto -  (crédito: Divulgação/MPMG)

Paulo de Tarso Morais Filho foi o segundo na lista tríplice com a diferença de apenas um voto

crédito: Divulgação/MPMG


Caiu como uma bomba, e vai continuar caindo, a decisão do governador Romeu Zema (Novo) de quebrar vários paradigmas e nomear o 1º promotor de Justiça para chefiar o Ministério Público de Minas. Romeu Zema sancionou, em 2020, a lei que permitia a promotores de Justiça ocuparem o cargo de procurador-geral de Justiça. Portanto, também é o primeiro chefe do Executivo a nomear um promotor para a função.


O escolhido? O promotor Paulo de Tarso Morais Filho, segundo colocado na votação dos membros do MPMG. Ficou só um voto atrás do primeiro colocado, o procurador de Justiça Carlos Bittencourt, candidato do atual procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior.


Além desse, Zema quebrou outros paradigmas. Primeiro, levou apenas um dos 15 dias que tinha para decidir; segundo, não fez a tal sabatina para escolher por meio da dita "meritocracia". A política prevaleceu. Havia disputa interna no governo, entre o secretário da Casa Civil Marcelo Aro (Progressistas); e o vice-governador Mateus Simões (Novo). A seu favor, Aro acompanhou o governador em recente viagem ao exterior.

 


O que Aro teria colocado na cabeça de Zema? O meio político fala em desgaste de Jarbas Soares por conta de suas estreitas ligações com o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD). Senador por Minas Gerais, Pacheco é odiado por bolsonaristas e é um forte nome para disputar o governo de Minas em 2026. O senador ainda está ajudando Zema a contornar a crise financeira do estado, com a renegociação da dívida perante a União.

 


Outro paradigma quebrado é o de nomear um promotor para chefiar o colégio de procuradores de Justiça. Será o maior desafio de governabilidade e de responsabilidade de Paulo de Tarso ao se tornar o primeiro promotor no comando da instituição. Experiência não lhe pode ser cobrada. Atua no Ministério Público estadual há 30 anos e, nos últimos 10, chefiou o gabinete de procuradores, entre eles Jarbas Soares, com quem rompeu ao não ser escolhido como candidato.


Seja como for, a votação que ele recebeu quebrou também a polarização que havia entre o grupo de Jarbas Soares e o do ex-procurador-geral Sérgio Tonet. Tudo indica que promotores e promotoras aprovaram a indicação de Paulo de Tarso para o cargo e votaram expressivamente na proposta (659 preferências).


Casamento derruba quórum


Além do feriado no meio da semana (Dia da Consciência Negra), o casamento do deputado estadual Doorgal Andrada (PRD), com a gerente de projetos Marina Notini, esvaziou a Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O evento atraiu a maioria dos parlamentares para o enlace que acontece neste sábado, em Trancoso (sul da Bahia). Hoje e amanhã, nada será votado no plenário. O governo esperava ver a aprovação das mudanças no Ipsemg (Instituto de Previdência dos Servidores de Minas). O projeto impõe aumento de quase 100% na contribuição do funcionalismo para ter assistência médica e hospitalar, mesmo sem nenhuma promessa de melhoria. Deverá ser aprovado na semana que vem, caso a oposição não consiga mobilizar o funcionalismo.

 

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Privatização lucrativa

 

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) notificou a Copasa para apontar fato relevante que justificasse o aumento de até 4,8% nas ações da companhia. O fato foi registrado após a iniciativa do governador em exercício, Mateus Simões, de apresentar projeto de privatização da Cemig e da Copasa. As ações da Cemig cresceram 9%. A oposição na Assembleia Legislativa quer saber quem saiu ganhando financeiramente, na ordem dos bilhões, com os eventos.