Freud chamou a atenção para a profunda conexão das pulsões de morte e de vida com a jornada humana
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Freud chamou a atenção para a profunda conexão das pulsões de morte e de vida com a jornada humana

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Desde 1979, a Escola Freudiana de Belo Horizonte (EFBH)/Iepsi realiza estudos sobre a psicanálise e sua transmissão. Em seu percurso, cada mudança efetivada foi marcada pela ética do desejo de um novo avanço neste compromisso. 

 

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O tema da Jornada da EFBH/Iepsi deste ano, organizada pelos psicanalistas Daniela Martins Laubé, Evandro Ribeiro Diniz, Ida Amaral Brant Machado, Monica Carvalho Darrigrand e Yáskara Sotero Natividade Veado, será “Pulsão de morte: poética a-bordar o real”.

 

 

Falar sobre a pulsão de morte é falar sobre o que vivemos, que está presente nas mais variadas situações e nas relações que estabelecemos com os outros, no trabalho, no amor.

 

A proposta de eleger a pulsão de morte como tema, no rastro de Freud, é lidar com a insistência de um conceito de difícil tradução, protagonista da força constante diante da qual o sujeito é sem defesa. Chamamos Eros as pulsões de vida, responsáveis pela preservação da espécie, e de Thanatos as de morte, que representam a agressividade e a destrutividade.

 

São amalgamadas. Parte delas tende a conservar e unir, outra parte a destruir e matar. Freud aponta que qualquer uma delas é tão imprescindível quanto a outra; de sua ação conjunta e antagônica brotam as manifestações de vida.

 

A pulsão de morte é silenciosa e discreta, levando a excessos de gozo, compulsões e desordens. A psicanálise faz o trabalho de bordejar, bordar os contornos do vazio de sentido do real, de tecer cada ponto com palavras, que nos levam da imaginarização ao desejo inconsciente. Do que podemos saber dele, significativos avanços se presentificam.

 

 

Pela diversidade dos temas escolhidos, temos uma ideia da amplitude da Jornada. Serão abordados os conflitos da adolescência, um atravessamento para a vida adulta quando o sujeito deve lidar com o despertar sexual, o difícil afastamento dos pais, a intensificação da vida social – processos que exigem muito dele e por isso frequentemente dizemos ser uma “crise”.

 

O corpo pulsional é outro ponto a ser destacado, considerando a angústia, a ansiedade, as relações contemporâneas com a tecnologia digital, a arte, o racismo e outros preconceitos que são a pura expressão da pulsão de morte, do ódio ao outro, ao diferente. O masoquismo e o sadismo, par de opostos destacados por Freud como parte estrutural na construção da fantasia fundamental de cada um de nós e que promove tanto sofrimento e dor.

 

 

O conceito de repetição na trama das pulsões revisita “Além do princípio do prazer” (1920), livro de Freud, em que situações de sofrimento ao longo da vida deixaram um traço, marcas que nos condicionam a repetir essas passagens, sem perceber o cunho preciso da lógica inconsciente que nos rege.

 

Também a melancolia em sua face real, “com-pulsões” alimentares como a bulimia, anorexia e outros excessos, na forma de excitação intensa e desordens do sistema psíquico como regulador do prazer e desprazer quando este é o aumento de estímulo e o prazer sua diminuição em termos econômicos.

 

 

Por isso, o tema escolhido pela Escola Freudiana, abordando a pulsão de morte em diversas vertentes, trará a liberdade da diversidade. Acredito que teremos muito o que dizer. Interessa ao interlocutor diferente, de outros campos, que deseja se aproximar dos aspectos subjetivos da vida do ser falante.

 

46ª JORNADA DA EFBH/IEPSI


Em 22 e 23 de novembro, na Escola Freudiana de BH/Iepsi (Avenida Prudente de Morais, 287, salas 802 e 803, Bairro Santo Antônio). Inscrições na plataforma Sympla e na sede da EFBH.