As organizações, seja qual for o seu tamanho, precisam fazer constantemente reflexões sobre como estão indo as suas estratégias, táticas e operações. Muitas vezes as análises diárias não permitem uma visão global do andamento do negócio, e isto dificulta a identificação dos aspectos positivos e negativos que estejam ocorrendo.

É marcante como as áreas de atuação das empresas têm visões divergentes. Isto cria espações para erros que pela sua tecnicidade não deveriam mais acontecer. Neste cenário, o tempo vai passando, e continuam os gaps, os pontos fracos, enfraquecedores.

Quando se fala especificamente do marketing, os erros tendem a ser mais facilmente apontados, pois, implicam diretamente nas vendas, no faturamento, na imagem da empresa, nos seus processos logísticos, e por fim nos resultados gerais do negócio.



Há um engano perigoso, e que se repete, que é considerar a estratégia como uma coisa imutável. Mostra-se confortável definir algumas estratégias e táticas e, acreditar que as mesmas serão continuamente um sucesso. Não dão a devida atenção as mutações do mercado, as novas ações da concorrência, os fatores externos, tais como a economia, tecnologia, os aspectos sociais e outros. Esse panorama se altera constantemente, e não há estratégias que suportem se as mesmas não passarem por adequações. As transformações de mercado nem sempre são facilmente percebíveis, pois, podem ser silenciosas, rápidas e disruptivas.

É insuportável ver que um número grande de empresas ainda tem uma gestão baseada em exploração em preços e não em satisfação dos clientes. A política financeira tem que ser baseada no mercado, nas possibilidades de ações e reações dos concorrentes.

Como se pode esquecer que os adversários também têm poder? Eles estão neste momento observando as ações das empresas. Eles estão analisando os custos, a margem de lucratividade, o tamanho da demanda, os investimentos em propaganda, publicidade, merchandising, bem como as técnicas de vendas utilizadas e as inovações do adversário. Então, torna-se fundamental desenvolver processos eficazes de atuação no mercado, para não ficar aberto às ofensivas.

Nenhuma empresa sobrevive se está dentro de uma bolha. Um erro flagrante é o excesso de autoconfiança. É achar que por estar num patamar confortável, do negócio, tudo pode continuar como está, em termos de gestão. Os gestores pensam de maneira limitada sobre o seu futuro, e o enxergam como ele é hoje. Keller “dá um toco”, quando escreve sobre isto, assim como Christensen e Gates. Numerosos gestores entenderam isto, e não cometem mais esta falha.

Não existem fórmulas categóricas na administração das empresas. Todas aquelas que têm sucesso prolongado são objeto de estratégias corretas, com táticas bem implantadas, e insistentes ações operacionais com relacionamentos constantemente aperfeiçoados. Além disso, atuam com o front-end que, além de cumprir o básico, surpreende os clientes. Essas empresas sabem que são sensíveis e são movidas pelos sabores do mercado.

As inovações tecnológicas, incluindo a inteligência artificial, o machine Learning, o 5G, o LoT, o RPA, a hiper automação, e outros processos evolutivos são hoje ferramentas fundamentais para que as empresas inovem. Com elas disponíveis, oferecidas pela tecnologia, ficam facilitadas as tomadas de decisão. Mesmo com tantas facilitações, ainda acontecerão numerosos erros decisórios, principalmente em se tratando de estratégias de marketing, tais como na segmentação, criação de produtos, métodos de vendas, meios de comunicação definição de preços e outros que são altamente sensíveis às alterações de mercado.

As organizações devem operar no mercado ardorosamente. Sendo assim, estarão sujeitas a uma quantidade de estratégias que precisarão ser repensadas ou até mesmo abandonadas. Isso faz parte do negócio. Algo como dizem os projetistas: “hora de voltar para a prancheta.”

É preciso, por sua vez, chamar a atenção para o seguinte pensamento: Errar faz parte do mundo empresarial, mas, cometer o mesmo erro, não!

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