A osteonecrose do tornozelo é uma condição que, embora menos frequente que em outras articulações, pode causar sérios problemas para os pacientes. Caracterizada pela morte do tecido ósseo por falta de irrigação sanguínea adequada, ela impacta diretamente o osso do tálus, uma das peças-chave para a mobilidade da articulação do tornozelo. Embora diversos fatores possam desencadear a osteonecrose, um dos principais é o trauma, como fraturas, que interrompem a circulação para essa estrutura óssea já naturalmente pouco vascularizada. Com o desenvolvimento da doença, os sintomas pioram e a qualidade de vida do paciente tende a ser gravemente comprometida.
Principais causas e fatores de risco
Entre as causas mais comuns estão:
- Fraturas: lesões no tornozelo que resultam em fraturas do tálus podem causar danos diretos à sua circulação. Isso ocorre principalmente em traumas de alta energia, como acidentes de carro ou quedas de altura.
- Uso prolongado de corticosteroides: esses medicamentos, prescritos para tratar condições inflamatórias e autoimunes, como artrite reumatoide, podem afetar o metabolismo lipídico, favorecendo o surgimento de coágulos. Com isso, o fluxo sanguíneo para o tálus pode ser comprometido, elevando o risco de osteonecrose.
- Consumo excessivo de álcool: especialmente em altas quantidades, pode danificar a estrutura dos vasos sanguíneos e prejudicar a circulação.
- Doenças metabólicas e autoimunes: condições como a doença de Gaucher, lúpus e anemia falciforme estão associadas à osteonecrose, pois comprometem diretamente a circulação sanguínea e causam disfunções vasculares.
- Tabagismo: fumar tem efeitos adversos conhecidos para a saúde vascular, aumentando a propensão à osteonecrose.
- Distúrbios da coagulação: pessoas com distúrbios como trombofilia apresentam maior risco de desenvolver coágulos que podem interromper o fluxo sanguíneo para o tálus.
Sintomas
Inicialmente, os sintomas podem ser discretos, confundindo-se com outras condições articulares. No entanto, com o avanço da necrose, tornam-se intensos e comprometem a qualidade de vida do paciente. Entre os principais estão:
- Dor no tornozelo
- Inchaço
- Dificuldade de movimento
- Sensação de instabilidade
- Deformidade
Como é feito o diagnóstico?
Para diagnosticar a osteonecrose do tornozelo, é preciso uma análise dos sintomas e do histórico clínico do paciente, considerando fatores de risco como uso de corticosteroides, alcoolismo e doenças autoimunes. Exames de imagem são então solicitados para confirmar o diagnóstico e determinar o estágio da doença.
- Radiografias
- Ressonância magnética (RM)
- Tomografia computadorizada (TC)
O diagnóstico precoce, especialmente com a ajuda da RM, permite iniciar tratamentos menos invasivos e mais eficazes.
Opções de tratamento
Conservador
- Repouso e imobilização
- Medicamentos anti-inflamatórios (AINEs)
- Fisioterapia
Cirúrgico
Quando os tratamentos conservadores não são suficientes, ou a doença está avançada, as opções cirúrgicas incluem:
- Descompressão óssea
- Enxerto ósseo
- Artrodese (fusão articular)
- Prótese total de tornozelo
Prognóstico e prevenção
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A progressão depende de uma série de fatores, como o estágio em que é diagnosticada e o tratamento adotado. Nos estágios iniciais, é possível controlar os sintomas e retardar o avanço da necrose. Em casos avançados, o tratamento cirúrgico pode oferecer alívio, mas nem sempre restaura completamente a função articular.
A prevenção é focada na identificação e controle dos fatores de risco. Evitar o uso prolongado de corticosteroides, limitar o consumo de álcool e manter a saúde vascular são algumas medidas preventivas. Acompanhamentos regulares e exames de imagem para indivíduos em grupos de risco, como pacientes com doenças autoimunes
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