O envelhecimento é um processo natural da vida que invariavelmente traz algumas mudanças físicas e emocionais. No entanto, é importante compreender que nem todas as dores e problemas de saúde enfrentados pelas pessoas em processo de amadurecimento podem ser atribuídos unicamente à idade. A história de uma amiga que visitou um médico com dores no joelho esquerdo, apenas para ser informada de que sua idade era a culpada, destaca uma questão recorrente no campo da medicina: a tendência de alguns profissionais de saúde em atribuir automaticamente problemas de saúde a fatores relacionados à idade, muitas vezes negligenciando condições médicas subjacentes.

 

A situação experimentada pela minha amiga, que se questionou a razão pela qual o joelho direito, que tinha a mesma idade do esquerdo, também não doía, não é um caso isolado. Muitos de nós que estamos em processo de amadurecimento enfrentamos a mesma resposta quando procuramos ajuda médica. As dores do corpo, como no caso da minha amiga, podem ter causas diversas, como artrite, lesões musculares, problemas de articulação, dentre outros, que não estão diretamente relacionados à idade. Culpar automaticamente a idade para a ocorrência de tais problemas pode levar a diagnósticos imprecisos e tratamentos inadequados.

 



 

Além das questões físicas, a saúde mental das pessoas em processo de amadurecimento é frequentemente desconsiderada. Muitos profissionais de saúde acreditam erroneamente que a depressão é uma parte inevitável do envelhecimento. No entanto, a depressão é uma condição séria que requer atenção e tratamento adequado. Ignorar os sintomas da depressão em pacientes mais velhos pode ter consequências devastadoras para sua qualidade de vida e bem-estar emocional.

 

 

A disciplina de geriatria, quando presente nas estruturas curriculares dos cursos de medicina, é dada em apenas um semestre. No entanto, estamos em franco processo de envelhecimento populacional e é preciso que a educação médica esteja atenta às mudanças. Os profissionais de saúde devem ser treinados para reconhecer que o envelhecimento é um processo individual e que as pessoas em processo de amadurecimento são diversas em suas necessidades e condições de saúde.

 

Além disso, é vital promover a comunicação aberta entre médicos e pacientes em processo de amadurecimento. Quando um paciente idoso apresenta sintomas de depressão, por exemplo, é crucial que o médico considere encaminhá-lo a um psicoterapeuta ou psiquiatra especializado em saúde mental geriátrica. A abordagem interdisciplinar pode ser fundamental para garantir que os pacientes recebam o devido tratamento.

 

Em tempos de envelhecimento populacional em massa, é imperativo que a medicina moderna aborde o envelhecimento com sensibilidade, compreensão e respeito. A idade não deve ser um argumento para diagnósticos apressados ou tratamentos inadequados. Em vez disso, devemos reconhecer que o envelhecimento é parte da vida e que a nossa saúde merece ser cuidadosamente avaliada e tratada, respeitando-se a dignidade e a singularidade que há em cada um de nós. Afinal, envelhecer é uma experiência que todos nós compartilharemos, se formos abençoados com a longevidade, e merece ser vivida com saúde, dignidade e qualidade de vida e não com preconceito etário.

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