Curumin , um dos destaques do Festival Equilibrista, celebra os 20 anos de carreira solo -  (crédito: Gladyston Rodrigues/EM/DA. Press)

Curumin , um dos destaques do Festival Equilibrista, celebra os 20 anos de carreira solo

crédito: Gladyston Rodrigues/EM/DA. Press

Serão 12 horas de boa música, misturando veteranos e novos nomes da cena independente nacional. Em sua primeira edição, o Festival Equilibrista começa na tarde desta quinta (2/11), na Serraria Souza Pinto – para quem tem fôlego e pode emendar o feriado, a festa vai até a madrugada desta sexta. A programação intercala shows com apresentações de DJs.

Em carreira solo desde o fim d'O Rappa, em 2018, o vocalista Marcelo Falcão é a atração mais popular do festival. Tanto que fará o show mais longo do evento, com pelo menos 1h20 no palco. Oficialmente, sua trajetória solo começou há quatro anos, com o lançamento de "Viver", álbum de inéditas pautado pelo reggae e pela despretensão nas letras (um contraponto com o engajamento que O Rappa sempre teve).

Só voltou às inéditas há dois meses, quando lançou o single "Vitória". Canção com quatro autores (Falcão, Kevin Ribas, Gabriel Cunha e Lula Queiroga) nasceu de uma experiência pessoal. Homenageia Leandro Monteiro, amigo do vocalista, que venceu uma batalha contra o câncer – Vitória é também o nome da primeira filha que ele teve depois de curado. A letra traz ainda um tom universal, pois trata de fé.

Outro nome importante da geração carioca a despontar na década de 1990, BNegão, do Planet Hemp, participa do Equilibrista como convidado da Babadan. O nome completo é Babadan Banda de Rua, grupo formado há cinco anos em BH que explora ritmos afromineiros e conta com um bom time de instrumentistas, como o trompetista Juventino Dias, um dos fundadores. O show será o último da noite – então, é melhor segurar o fôlego até lá.


ENCONTROS INTERESSANTES

Outras atrações fortes da cena mineira são a banda Graveola, que abre, no início da tarde, a programação de shows, e o rapper FBC, que faz no evento sua última apresentação em BH neste ano. Em julho, ele lançou seu quinto álbum, "O amor, o perdão e a tecnologia irão nos levar para outro planeta", trabalho que mistura a sonoridade brasileira com a norte-americana. Ainda na seara do hip-hop, outra atração é a rapper carioca N.I.N.A.

Nos encontros que o festival vai promover, um dos mais interessantes será o de Curumin com Russo Passapusso, que todo o mundo conhece como a figura de frente do Baiana System. O show vai celebrar os 20 anos de carreira de Curumin. Na verdade, de carreira solo – ele estreou em disco em 2003 com o ótimo "Achados e perdidos".

Como baterista, tocou na banda de muita gente, Arnaldo Antunes (ainda toca com ele), Vanessa da Mata, Rômulo Fróes e Céu. Mas a carreira solo nunca parou. São quatro discos como cantor, compositor, produtor e baterista, claro. O mais recente deles é "Boca" (2017). Neste passeio por sua trajetória, Curumin vai tocar com Saulo Duarte (guitarra), Lucas Martins (baixo) e Aline Falcão (teclados).
A relação de Curumin com Passapusso não é de hoje. Ele foi um dos produtores de "Paraíso da miragem" (2014) e "Alto da maravilha" (2022), os dois discos solo do baiano. Atualmente também integra a banda dele. "O show vai ser uma celebração do nosso encontro, temos muitas parcerias", conta Curumin.

Independente desde sempre, o músico paulistano vê hoje uma dificuldade no cenário musical. "Deixei um pouco de ser novidade, e as pessoas, hoje em dia, têm buscado muito o novo. Dentro dos 20 anos da minha carreira, o mundo deu uma sete voltas, mercadologicamente falando."


SEM ZUCKERBERG

Curumin afirma se sentir "desencaixado" no universo musical pautado pelas redes sociais. "Hoje, o sistema musical é basicamente um estudo de publicidade. Eu fico brigando, já que não quero ser influencer, não quero ficar trabalhando para o Zuckerberg. É uma luta que eu acabo perdendo", afirma.

Por outro lado, Curumin admite ter seu viés de herói da resistência. "Sou de uma geração em que vi muitos artistas deixarem a música. Sou um sobrevivente, pois tenho uma construção boa, firme e sólida." Tem pensado em lançar inéditas, mas ainda não sabe se será no formato de álbum. "As pessoas não estão escutando um disco completo, não têm tempo. Ainda não sei se vou lançar single, tentando entender como será. Mas estou em processo de gravação."

FESTIVAL EQUILIBRISTA
Nesta quinta (2/11), a partir das 15h, na Serraria Souza Pinto (Avenida Assis Chateaubriand, 889, Centro_. Ingressos: a partir de R$ 90,
À venda no sympla.com.br. Informações e programação completa: https://www.instagram.com/festivalequilibrista/.