Dirigido por Roberta Fernandes, “Ato final” traz mulheres mortas (e sobreviventes) como personagens principais. Documentário que tem o feminicídio como tema, o filme, com 72 minutos de duração, estreia nacionalmente nesta quinta-feira (23/11). Nos dias 28 e 29 do mesmo mês, às 19h, no Minas Tênis Clube, haverá sessões com debates com a diretora e outras convidadas.
O elenco conta com Norma das Graças Francisco, Camila Lopes da Costa, Liliene Rosa Pinheiro da Conceição, Cristiane Mendes e Marciane Pereira dos Santos, que contam suas histórias de sobrevivência.
O documentário é distribuído pela Elo Studios, produzido pela Andaluz Filmes e tem direção de elenco de Rejane Arruda, roteiro de Marcella Rocha e Roberta Fernandes e produção executiva de Rodrigo Cerqueira.
Roberta Fernandes explica o porquê de ter escolhido esse tema para o documentário. “Meu primeiro curta-metragem foi sobre abuso sexual infantil. Ouvi histórias de mulheres vítimas da violência na infância. Por causa do filme, conheci também muitos outros casos de violência contra a mulher além da sexual, a psicológica, a física, a patrimonial e muitas outras. De lá pra cá, esse assunto passou a me provocar um incômodo muito pior do que eu já tinha”, diz.
E completa: “Os noticiários locais não me deixam esquecer nenhum dia que mais uma mulher foi vítima de feminicídio. Ter acesso a tantos casos e viver numa realidade como essa, que naturaliza a violência contra mulher, me motivaram na realização do longa-doc”.
Ela ressalta ainda que o filme serve como uma denúncia ao machismo e, obviamente, à violência contra mulheres. “Também joga luz à progressão da violência nos relacionamentos, ao fato de que pequenas atitudes agressivas não devem ser aceitas. Provoca a reflexão do quanto estamos sendo condescendentes com a violência contra a mulher. Entre outras coisas, denuncia as amarras psicológicas em torno de uma relação abusiva. Acredito que ele pode tocar as mulheres pela via da identificação e contribuir com o rompimento dessas amarras”.
Roberta Fernandes é jornalista e diretora de cinema, vencedora do Grande Prêmio Canal Brasil de Curtas 2018 com “Se você contar” e realizadora também de telefilmes documentários “Congo Santo” e “Acerca da pele”.