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Em "Não fossem as sílabas do sábado", Mariana Carrara conta a história de viúva às voltas com a gravidez

crédito: Acervo pessoal

A autora paulistana Mariana Salomão Carrara venceu o Prêmio São Paulo de Literatura deste ano. A escritora foi consagrada na segunda-feira (27/11) como autora do melhor romance pelo livro “Não fossem as sílabas do sábado”, publicado pela editora Todavia.

 

Na categoria de melhor romance de estreia, o vencedor foi o jornalista Alexandre Aliatti, curitibano criado no Rio Grande do Sul, com “Tinta branca”, editado pela Patuá.

 

 

 


Criado pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, o prêmio oferece R$ 200 mil para o vencedor de cada categoria. É a maior premiação individual em dinheiro no Brasil.


Lançado em junho do ano passado, “Não fossem as sílabas do sábado” acompanha uma grávida cujo companheiro morre em um acidente causado pelo vizinho. Sozinha, ela cuida da gravidez enquanto lida com a babá e a vizinha, que também perdeu o marido na mesma ocasião.

 

Tortura à moda gaúcha

 

“Tinta branca”, por sua vez, relata uma festa de domingo no interior do Rio Grande do Sul, onde um grupo de pessoas tortura um jovem imigrante na praça central da cidade.

 


O caso acaba envolvendo um professor de história, que também tenta ajudar um homem recém-chegado a descobrir suas origens. As duas figuras misteriosas acabam revelando uma conexão, que envolve o passado e o presente daquela comunidade.

 

A edição deste ano do Prêmio São Paulo de Literatura foi marcada pela ausência da Companhia das Letras, que teve desclassificada todas as suas inscrições por um erro na ficha de todos os seus livros. O problema gerou um terremoto na lista da premiação: em 2022, 70% dos finalistas da categoria geral de romance eram da editora, o maior grupo do mercado brasileiro atualmente.

 

Com isso, o prêmio literário registrou em 2023 maior diversificação entre os indicados. Na categoria de melhor romance, Mariana Salomão disputou com publicações de sete editoras.

 

Ela concorreu com os escritores Cinthia Kriemler (“Viúvas de sal”; editora Patuá), Cristovão Tezza (“Beatriz e o poeta”; Todavia), Frei Betto (“Tom vermelho do verde”; Rocco), Ieda Magri (“Um crime bárbaro”; Autêntica), João Almino (“Homem de papel”; Record) e Marcela Dantés (“João Maria Matilde”; Autêntica), Nara Vidal, (“Eva”; Todavia), Paula Fábrio (“Estudo sobre o fim: Bangue-bangue à paulista”; Reformatório), e Xico Sá (“A falta”; Planeta do Brasil).

Na premiação dedicada aos estreantes, por sua vez, foram lembradas obras de oito grupos editoriais.