O Grupo Corpo tem 48 anos; seu “filho” mais dileto já soma 25 – nasceu como projeto e, desde 2000, é uma organização social dedicada à arte e à educação. Estamos falando do Corpo Cidadão, braço social da companhia de dança, que chega ao fim de 2023 com um novo espetáculo. “Colheita” será apresentado segunda (27/11) e terça-feira (28/11), no Cine Theatro Brasil Vallourec.

 

Estarão em cena os bailarinos que integram o Grupo Experimental de Dança (GED). A coreografia foi criada por Mário Nascimento, hoje à frente do Corpo de Dança do Amazonas, companhia do Teatro Amazonas, em Manaus.

 

O coreógrafo veio a Belo Horizonte para criar a montagem, que foi ensaiada por Everson Botelho, ex-bailarino do Corpo, Sandra Santos, Valdir Marques e Rosa Antuña. Nascimento volta à cidade para o ensaio final e a estreia.

 

“É tudo coletivo, até os figurinos, pois os meninos trouxeram muita coisa de casa, sugeriram outras. 'Colheita' fala da semente. Que semente é essa que sou? Que fruto é esse que quero ser? Como busco me alimentar para que possa crescer como indivíduo, como uma pessoa melhor? É uma metáfora muito interessante”, comenta Miriam Pederneiras, presidente do Corpo Cidadão.

 

 



 


Ensaios puxados

 

O trabalho desenvolvido pelos educadores no GED, no bairro de Santa Teresa, é quase profissional, diz Miriam. Os integrantes ensaiam de segunda a sexta, quatro horas por dia. “Como eles dizem que querem ser profissionais, começam com esse esquema para verem como é puxado”, acrescenta.

 

O GED é aberto a todos. “Os jovens ficam até quando querem, só não podem ultrapassar os 28 anos. Muitos saem para montar coletivos, integrar companhias. Outros montam escolas no interior ou nas próprias comunidades, viram professores. Aprendem muitas possibilidades na área de dança, além de serem bailarinos”, continua Miriam Pederneiras.

 

Bailarino do Grupo Corpo, Walleyson Malaquias aprendeu a dançar no Corpo Cidadão

Leandro Couri/EM/D.A. Press. Brasil

 

O elenco atual do Grupo Corpo tem oito bailarinos que ingressaram na companhia no último ano e meio. Dois deles, Luan Barcelos e Walleyson Malaquias, passaram pelo Corpo Cidadão. Além do GED, a organização conta com os chamados Núcleos de Arte e Educação, que atualmente funcionam em escolas e instituições de Lagoa Santa, Ouro Branco e Congonhas.

 

Nesses núcleos, que atendem crianças e adolescentes, os alunos, além da dança, desenvolvem atividades nas áreas de música e artes visuais.

 

“Tem muito menino talentoso, parece que já nasceu sabendo desenhar. São talentos natos que precisam ser desenvolvidos, e eles precisam entender que caminho traçar para chegar à universidade, por exemplo. O Corpo Cidadão vai abrindo essas portas”, finaliza Miriam Pederneiras.


“COLHEITA”


Espetáculo do Corpo Cidadão. Segunda (27/11) e terça-feira (28/11), às 20h, no Cine Theatro Brasil Vallourec (Praça Sete, Centro). Entrada franca. Ingressos devem ser retirados na bilheteria a partir das 12h30, no dia da apresentação.

 

MAIS DANÇA EM CARTAZ

 

>>> “SUEÑO Y TIEMPO”

Dança flamenca em espetáculo criado por Thamiris Ladeira a partir do poema “La leyenda del tiempo”, de García Lorca. Em cena, sete bailaoras, o guitarrista Davi Caldeira e a cantora Mila Conde. Neste sábado (25/11), às 20h30, no La Farándula (Rua Manga, 561, Carlos Prates). Ingressos: R$ 55 por pessoa, com individual no balcão ou em mesas de dois a seis lugares. Reservas: (31) 99921-4586.


>>> “FIO DO MEIO” E “VERTIGEM”

Espetáculo desenvolvido em dois atos pela Cia. Gente (RJ), dirigida por Paulo Emílio Azevedo. Em cena, uma caixa de giz, uma caixa de som e três corpos que, segundo o coreógrafo, não cabem dentro de “caixa” alguma. Apresentações na quinta-feira (30/11), às 19h, e sábado (2/12), às 11h, com entrada franca, no Memorial Minas Gerais Vale (Praça da Liberdade, 640, Funcionários). Quinta e sexta-feira (1/12), das 10h às 12h, Azevedo ministra a oficina Corpo e memória, com 30 vagas. As inscrições devem ser feitas no link na bio do Instagram (@cia.gente). Informações: (31) 3308-4000.

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