Durante o último show ao vivo da banda de rock Kiss, com a turnê ‘End of the road’ no último fim de semana, o grupo de Paul Stanley apresentou uma novidade para o público. Ao fim da apresentação em Nova York, os integrantes mostraram avatares virtuais gigantes que substituíram os integrantes durante a música ‘God gave rock’n’roll to you’.
As figuras de Paul Stanley, Gene Simmons, Eric Singer e Tommy Thayer tinham cerca de 2,5 metros, cuspiam fogo e tinham laser nos olhos. A ideia é que os avatares prossigam fazendo shows do Kiss, em um projeto que foi batizado como ‘Kiss new era’. “O fim desta estrada é o início de outra”, disse o vocalista antes de mostrar a surpresa para os fãs.
A tecnologia é a mesma utilizada pelo grupo ‘Abba’, que realizou os shows ‘Voyage’, em Londres, usando hologramas que retratavam os rostos do quarteto como em 1979 e com vozes originais. Vale destacar que a empresa responsável por criar os avatares do Kiss é a mesma do Abba: a sueca Pophouse Entertainment Group. A Industrial Light & Magic, do cineasta George Lucas, também participou do processo da banda americana.
O Kiss deve ser a primeira banda americana a se apresentar com avatares e se tornar 100% virtual. Segundo a Variety, a tecnologia ainda precisa de ajustes. Ainda não foi revelado se os integrantes de carne e osso gravarão novas músicas e nem como será a dinâmica dos shows.
Antes do grupo de rock, algumas bandas de K-pop já são totalmente virtuais. É o caso do Eternity e do MAVE. Outro caso interessante é da inglesa Gorillaz. Criada em 1998, é uma banda que já nasceu virtual. Porém, seus quatro membros são fictícios (2-D, Murdoc Niccals, Noodle e Russel Hobbs) e, durante as apresentações, são substituídos pelos quatro integrantes de carne e osso por trás do projeto.
Pelo Instagram, o Kiss mostrou o processo de criação dos avatares. “O que conquistamos foi incrível, mas não é suficiente. A banda merece viver porque é maior do que nós. É emocionante para nós dar o próximo passo e ver o Kiss imortalizado", diz Stanley. Gene Simmons acrescenta: "Seremos eternamente jovens e icônicos, o que vai nos levar a lugares com os quais nunca sonhamos antes. A tecnologia fará Paul saltar mais alto do que nunca".
A decisão, no entanto, dividiu os fãs. “Vocês só podem tá de brincadeira, virar avatar? E que animação porcaria, me lembrou o jogo do The Nightmare Child”, criticou um fã. “É a coisa mais estúpida que eu já vi”, declarou outro. Já os que defendem a novidade veem novas possibilidades para a banda. “Tanta gente odiando isso e eu sinceramente acho muito legal. A banda acabou, então a experiência original também. O holograma não será capaz de replicar a sensação de um show ao vivo original, mas é uma ótima ideia para um show que mantém o legado vivo depois que a banda acabar”, defendeu um admirador.
“Não entendo como as pessoas podem ficar zangadas com isso. Nossa geração teve a oportunidade de desfrutar da banda, agora é o momento dos nossos filhos”, disse outro.