Fabrício Corsaletti, autor de

Fabrício Corsaletti, autor de "Engenheiro fantasma", ganhou R$ 70 mil e viagem a Frankfurt

crédito: Youtube/reprodução

Com “Engenheiro fantasma”, o escritor Fabrício Corsaletti venceu a categoria livro do ano do Prêmio Jabuti 2023. O paulista conquistou o prêmio de melhor livro de poesia com o mesmo título.

 


Promovido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), o prêmio teve 4.245 títulos inscritos em 21 categorias, entre literatura, não ficção, produção editorial e inovação. A cerimônia ocorreu na terça-feira (5/12), em São Paulo.

 


Corsaletti ganhou R$ 70 mil, além da viagem a Alemanha para participar da próxima Feira do Livro de Frankfurt. Os outros contemplados receberam R$ 5 mil.

 


“Extremo Oeste”, do paranaense Paulo Fehlauer, foi o premiado na categoria autor estreante. O mineiro Ruy Castro levou o Jabuti de melhor romance literário com “Os perigos do imperador: um romance do Primeiro Reinado”.

 

 

No eixo ficção, os demais premiados foram “Educação natural: Textos póstumos e inéditos”, de João Gilberto Noll (conto); “Por quem as panelas batem”, de Antônio Prata (crônica); “Dentro do nosso silêncio”, de Karine Asth (romance de entretenimento); “Óculos de cor: Ver e não enxergar”, de Lilia Moritz Schwarcz e Suzane Lopes (juvenil); “Doçura”, de Emilia Nuñez e da belo-horizontina Anna Cunha (infantil); e “Mukanda Tiodora”, de Marcelo D’Salete (quadrinhos).

 

Autor de mais de 100 livros, o escritor Pedro Bandeira, de 81 anos, foi homenageado como Personalidade Literária de 2023.

 

Reivindicação a Lula

 


Em seu discurso, a presidente da Câmara Brasileira do Livro, Sevani Matos, lamentou a queda no número de leitores no país nos últimos anos e defendeu a “urgência do investimento em políticas públicas voltadas a promoção da leitura”. Citou a importância da regulamentação da Política Nacional de Leitura e Escrita, demanda antiga do setor.

 


No mesmo palco, Anita Gea Martinez Stefani, diretora que representava o Ministério da Educação, assegurou que o presidente Lula faria isso “em breve”. Foi intensamente aplaudida, ao dizer que o governo acredita mais em um país de livros que de armas – contraste para marcar a primeira cerimônia do Jabuti após o governo Jair Bolsonaro.

 


Este ano, o Jabuti ficou marcado pela inclusão – e depois desclassificação – de ilustração feita por inteligência artificial.

 


A edição de “Frankenstein” do Clube de Literatura Clássica foi ilustrada pelo designer Vicente Pessôa com ajuda da ferramenta Midjourney, que estava listada nos créditos, mas os jurados disseram não ter se dado conta disso.

 


Depois da repercussão do caso, organizadores do Jabuti decidiram retirar a indicação de “Frankenstein”. Em nota, explicaram que haverá discussão mais aprofundada sobre a permissão ou não do uso de inteligência artificial nas próximas edições.

 

PREMIADOS

 

FICÇÃO

Livro do ano: “Engenheiro fantasma”, de Fabricio Corsaletti. Companhia das Letras


Conto: “Educação natural: Textos póstumos e inéditos”, de João Gilberto Noll. Record


Crônica: “Por quem as panelas batem”, de Antônio Prata. Companhia das Letras


Histórias em quadrinhos: “Mukanda Tiodora”, de Marcelo D’Salete. Veneta


Infantil: “Doçura”, de Emília Nuñez e Anna Cunha. Tibi Livros


Juvenil: “Óculos de cor: ver e não enxergar”, de Lilia Moritz Schwarcz e Suzane Lopes. Companhia das Letrinhas


Poesia: “Engenheiro fantasma”, de Fabrício Corsaletti. Companhia das Letras


Romance de entretenimento: “Dentro do nosso silêncio”, de Karine Asth. Bestiário


Romance literário: “Os perigos do imperador: um romance do Segundo Reinado”, de Ruy Castro. Companhia das Letras

 

NÃO FICÇÃO


Artes: “Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito”, de Sérgio Burgi. IMS


Biografia e reportagem: “Poder camuflado: os militares e a política, do fim da ditadura à aliança com Bolsonaro”, de Fábio Victor. Companhia das Letras


Ciências: “Emergência climática: o aquecimento global, o ativismo jovem e a luta por um mundo melhor”, de Matthew Shirts. Claro Enigma


Ciências humanas: “Humanamente digital: inteligência artificial centrada no humano”, de Cassio Pantaleoni. Unità Educacional


Ciências sociais: “Limites da democracia: de junho de 2013 ao governo Bolsonaro”, de Marcos Nobre. Todavia


Economia criativa: “Receitas do Favela Orgânica”. De Regina Tchelly. Senac Rio

 

INOVAÇÃO

 

Escritor estreante: “Extremo Oeste”, de Paulo Fehlauer. Cepe


Fomento à literatura: “Álbum Guerreiras da ancestralidade do mulherio das letras indígenas”. De Evanir de Oliveira Pinheiro

 

 

PRODUÇÃO EDITORIAL

 

Capa: “Mensagem”. Flávia Castanheira. Todavia


Ilustração: “A notável história do homem-listrado”. Fayga Ostrower. Edufrn


Projeto gráfico: “Expresso 2222”. Paulo Chagas e Ana Oliveira. Iyá Omin


Tradução: “Finnegans Rivolta”. Coletivo Finnegans e Dirce Waltrick do Amarante. Iluminuras