A carioca Ana Frango Elétrico diz que o novo show traduz seu processo de amadurecimento
 -  (crédito: Hick Duarte/divulgação)

A carioca Ana Frango Elétrico diz que o novo show traduz seu processo de amadurecimento

crédito: Hick Duarte/divulgação

“Não é um show longo, é um show objetivo”, diz Ana Frango Elétrico sobre sua apresentação na Autêntica, nesta sexta-feira (8/12). Acompanhada de Sérgio Machado (bateria), Alberto Continentino (baixo), Guilherme Lirio (guitarra), Tomás Jagoda (teclados) e Pablo Carvalho (percussão), a cantora carioca vai entregar repertório baseado no disco “Me chama de gato que eu sou sua”, lançado em outubro.

Produzido pela própria artista, o terceiro álbum de Ana é o que mais se distancia da estética adotada nos últimos trabalhos dela, “Little electric chicken heart” (2019) e “Mormaço queima” (2018).

 “Fiquei meio ressabiada de fazer um show que passasse pelos três discos, porque ainda estou com 25 anos, acho que seria meio cafona fazer um show de carreira agora”, brinca. “Então, preferi uma apresentação que falasse bastante sobre o disco, tocasse ele inteiro e algumas músicas a mais que, com sua poética, contemplassem o próprio álbum”.

 

 Os elementos visuais giram em torno da ideia de “Me chama de gato que eu sou sua”, com algumas projeções, vídeos eletrônicos e banda reduzida em comparação à dos shows de “Little electric chicken heart”.

 


Diversidade

Em “Me chama de gato…”, dez canções transitam por diferentes gêneros musicais, do rock ao pop retrô, com gravações que soam como se Ana Frango Elétrico estivesse mais à vontade com a nova sonoridade.

“É um processo de experimentação e de amadurecimento”, diz ela. “No caso do ‘Mormaço queima’, eu era bem mais jovem, não tinha experiência em composição e no uso da voz. Sem contar que, naquela época, eu não tinha o desejo absoluto de fazer parte da indústria fonográfica, de ser produtora musical, ser uma cantora”, ressalta.

Quando compôs e gravou o primeiro disco, Ana ainda estudava pintura na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A experimentação é a marca maior de “Me chama de gato…”, embora tudo tenha sido trabalhado com bastante pesquisa para definir onde a artista queria chegar com o que se propôs a fazer.

Não é como se gravasse improvisadamente, Ana explica. Há todo um trabalho nas linhas de baixo, samples, teclados e percussão.

 
As letras também mudaram. Ainda que continuem a falar sobre amores e romances, estão mais amadurecidas, com metáforas mais bem trabalhadas e o cuidado de não retratar os gêneros de forma binária, como se só existissem homens e mulheres.

Trata-se de uma bandeira muito presente atualmente no debate público. Contudo, afirma Ana, não é isso que a inspira na hora de fazer uma canção.

“É muito mais o que eu sinto, o que eu sou”, diz. “É o fato de eu ser uma pessoa não binária, que, por enquanto, não atende a gênero algum, apesar de preferir pronome neutro. Então, sinto que (a abordagem nas letras) não foi algo pensado, e sim necessidade pessoal. Algo que eu queria falar porque era o que eu estava vivendo”, ressalta.

A abertura da noite caberá ao músico belo-horizontino Arthur Melo, acompanhado da banda O Ministério da Consciência, formada por André Souza, Bê Moura, Lucca Noacco e Victor Diz. Ele promete show dançante inspirado em sonoridades oitentistas.

“ME CHAMA DE GATO QUE EU SOU SUA”


Show de Ana Frango Elétrico. Abertura: Arthur Melo. Nesta sexta-feira (8/12), na Autêntica (Rua Álvares Maciel, 312, Santa Efigênia). A casa abre às 21h. Ingressos: R$ 100 (1º lote/inteira) e R$ 60 (2º lote/meia), à venda no site autentica.byinti.com. Meias do 1º lote estão esgotadas.

 

OUTROS SHOWS EM BH

>>> SANDY NA ARENA

Com repertório de sua carreira solo, Sandy se apresenta nesta sexta-feira (8/12), às 21h, na Arena Hall (Av. Nossa Sra. do Carmo, 230, Savassi). Ela vai cantar “Me espera”, “Aquela dos 30”, “Pés cansados” e a releitura de “Lugar ao sol”, da banda Charlie Brown Jr. Ingressos: R$ 300 (arquibancada/ inteira) e R$ 450 (setor 2/inteira), à venda na bilheteria ou no site ticket360.com.br. Meia-entrada na forma da lei.

>>> ZÉ RAMALHO

Em “Show dos sucessos”, Zé Ramalho canta “Admirável gado novo”, “Sinônimos”, “Entre a serpente e a estrela” e “Avôhai”, entre outros hits. Ele se apresenta nesta sexta (8/12), às 21h, no Palácio das Artes. Ingressos esgotados.

>>> ORQUESTRA OURO PRETO

No domingo (10/12), às 11h, a Orquestra Ouro Preto apresenta “Música brasileira de concerto”, no Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro). Os convidados especiais são o tenor Jabez Lima, a soprano Marília Vargas e o pianista Cristian Budu, que interpretarão peças de Ronaldo Miranda, Juliana Ripke, Villa-Lobos e Alberto Nepomuceno. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda na bilheteria e na plataforma Sympla.