Jogos infantis como esconde-esconde e pega-pega são tão universais que não seria nenhuma surpresa se eles pudessem, um dia, serem incluídos de forma macabra em um filme de terror. É exatamente o que ocorre em “O jogo da invocação”, longa com selo dos irmãos Russo (de “Vingadores” e outros sucessos do universo Marvel), que chega aos cinemas com uma série de peculiaridades.
Jovens e crianças brincando com espíritos não são nenhuma novidade em Hollywood. Basta lembrar, por exemplo, de “O amigo oculto”, suspense de 2005 estrelado por Robert De Niro e Dakota Fanning, em que uma criança desenvolve amizade com um suposto ser das trevas. A ideia é bem parecida, mas executada de forma diferente.
Na trama assinada por Eren Celeboglu e Ari Costa, também diretores ao lado de J.J. Braider, Jonah (Benjamin Evan Ainsworth) descobre uma conexão entre passado e os dias atuais por meio do presente que acaba de receber: uma antiga faca de osso.
Ao encostar nela, um espírito é evocado e passa a desafiar a paciência e a boa vontade dele e de seus irmãos, Marcus (Asa Butterfield, de “Sex education”) e Billie (Natalia Dyer, de “Stranger things”).
Jogando com fantasmas
Um roteiro sem grandes pretensões, estilo “Sessão da tarde”, mas o filme oferece bons momentos. A fotografia e a tensão dos jogos sugeridos pela entidade rendem cenas bem trabalhadas, principalmente graças a Butterfield.
Os cineastas Costa e Celeboglu herdaram muito do processo de bastidores dos irmãos Russo. Orgulhosa do resultado final de “O jogo da invocação” – primeiro trabalho de direção de ambos, que se desenvolveram na área de produção –, a dupla é fã assumida do gênero.
“Acredito que as pessoas se tornam mais emotivas se colocadas em situações a que não estão acostumadas, por isso filmes de terror são sempre os melhores”, diz Eren Celeboglu.
“O JOGO DA INVOCAÇÃO”
EUA, 2023. Direção de Eren Celeboglu, J. J. Braider e Ari Costa. Com Asa Butterfield, Natalia Dyer e Benjamin Evan Ainsworth. Em cartaz nas salas de cinema dos shoppings BH, Pátio, Diamond, Boulevard, Cidade, Contagem, Minas, Del Rey, Itaú e Monte Carmo.