A cantora Sabrina Carpenter, que abriu os shows da Taylor Swift no Brasil, causou alvoroço na internet com seu mais recente clipe “Feather”, no qual aparece dançando sensualmente em uma igreja ornamentada com caixões coloridos e a frase “RIP bitch” (descanse em paz, puta - em tradução livre). O padre responsável pela paróquia foi destituído das suas funções administrativas.
O clipe mostra Sabrina andando pelas ruas, na academia e no elevador, com roupas curtas e recebendo olhares dos homens, que acabam se dando mal por seu comportamento. Por fim, as últimas cenas mostram a cantora, usando um volumoso body de tule e meias pretas com transparência, dançando na Annunciation of the Blessed Virgin Mary, uma igreja católica no Brooklyn, em Nova York.
Em entrevista à revista Variety, Sabrina afirmou que recebeu aprovação antecipada e acrescentou que “Jesus was a carpenter” (Jesus era carpinteiro, em inglês), fazendo uma referência ao próprio sobrenome.
Após a divulgação do vídeo, frequentadores da igreja se indignaram com as cenas e o bispo Robert J. Brennan celebrou uma Missa de Reparação, para “restaurar a santidade da igreja e reparar os danos” feitos na diocese. No final de novembro, Monsenhor Gigantiello, responsável pela igreja e por dar permissão para as gravações, foi dispensado de suas funções.
Monsenhor Gigantiello alega que não sabia do conteúdo que seria gravado nas dependências da igreja e afirmou que liberou as filmagens como um “esforço para fortalecer ainda mais os laços entre os jovens artistas criativos que compõem grande parte desta comunidade”. Ele também afirma que não teve acesso ao material até sua publicação. “Lamento sincera e profundamente o incidente ocorrido e qualquer angústia que as minhas ações possam ter causado” disse.
Outras polêmicas
Sabrina Carpenter não é a primeira artista a se indispor com a Igreja Católica. Ainda este ano, O rapper mexicano Alemán lançou um clipe no qual aparece vestido de padre e distribui cigarros de maconha para os “fiéis” no Santuário de Guadalupe, na Cidade do México. Ele foi severamente criticado pelos fiéis e religiosos locais.
Já as integrantes da banda feminista russa Pussy Riot foram condenadas à prisão por dançarem na Catedral de Cristo Salvador, em Moscou, no clipe de "Punk Prayer", em 2012.
Mas ninguém teve mais problemas com o Vaticano do que Madonna. A rainha do pop foi excomungada três vezes pela igreja católica, sendo a primeira delas em 1989 por Like A Prayer, clipe no qual ela aparece dançando no meio de crucifixos em chamas e beija uma divindade negra, que seria uma representação de Jesus Cristo.
No ano seguinte, ela foi novamente excomungada por simular uma masturbação no palco, durante a Blond Ambition Tour. A terceira vez foi em 2006 por aparecer pregada em uma cruz e usando uma coroa de espinhos durante a performance da música Live To Tell. Ela foi criticada por blasfêmia ao se colocar como Jesus.