Palavras parecidas, solidão e solitude têm significados diferentes. Enquanto a solidão expressa a melancólica sensação de estar sozinho e, de certa forma, excluído da sociedade, a solitude abarca o prazer e as possibilidades de explorar a autocompanhia.

 


Ao analisar a forte presença da solidão na vida das mulheres, a “Mostra Telúrica”, em cartaz neste fim de semana no Galpão Cine Horto, apresenta solos que propõem uma inversão de papéis na vida de atrizes mineiras.

 

 




“Qual é a sua solidão?” – diante desse questionamento, sete atrizes trabalharam solos que abarcam diferentes períodos das respectivas vidas, mas convergem para a experiência de ser mulher no cenário da arte contemporânea.

 


“Até dentro da logística dos grupos artísticos nós acabamos, muitas vezes, sendo relacionadas com funções como cuidado, responsabilidade e produção, pois devido ao patriarcado fomos moldadas para isso”, afirma a atriz Liz Schrickte, idealizadora da mostra.

 


“Essa relação acaba dando muito espaço para que os homens possam se destacar e exercer o lugar de artistas criadores. Foi daí que eu trouxe o lugar da solidão como o poder de criar sozinha, não precisar cuidar de ninguém e cuidar de si mesma”, explica.


Angústias

 

Em monólogos de 10 a 20 minutos, as artistas apresentam as próprias angústias. “Tem uma atriz que relata como é ser terapeuta ocupacional no hospital psiquiátrico. A dançarina traz o passado dela e a história das avós através da dança”, afirma Liz.

 

Carolina de Pinho (“O que escapa por entre as brechas”), Carol Oliveira (“Enquanto a visita não vem”), Leticia Bezamat (“Num piscar de olhos”) e Liz Schrickte (“Mônada”) se apresentam hoje.

 


No domingo, o público verá “Como um fio de água que não chegou a ser rio”, de Letícia Castilho; “Aguardamento, uma preta em espera”, de Elisângela de Souza; “Orquestra vazia”, de Cora Rufino; e novamente “Mônada”, de Liz Schrickte. Loló faz performances entre as cenas.

 


As “mulheres atrizes telúricas”, como diz Schrickte, já pensam nos próximos passos como coletivo. “Esperamos que, futuramente, cada uma possa construir seu próprio espetáculo”, revela.

 

“MOSTRA TELÚRICA”


Neste sábado (2/12) e domingo (3/12), às 19h, no Galpão Cine Horto (Rua Pitangui, 3.613, Horto). Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Informações: www.teluricas.com

 

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

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