Fernanda Torres se retratou por ter dito que tem “preconceito contra crente”, durante sua participação no Roda Viva, nesta segunda-feira (8/1). A atriz declarou que era contra os evangélicos em uma entrevista no mesmo programa em 1992. A frase até hoje é lembrada nas redes sociais e virou meme.
"Contra crente. Crente ingênuo, que acredita no bem, no mal. Eu tenho pena de quem é crente na vida, porque vai apanhar muito", disse na ocasião, ao ser perguntada se tinha algum preconceito. Mais de três décadas depois, ela refletiu sobre a frase.
“Jamais repetiria isso hoje. Os evangélicos ocuparam um lugar que o estado não ocupou. Eu acho triste que demonizam as religiões de matriz africana, acho triste isso no Brasil. Eu lutaria por um culto evangélico que fosse sincretista", declara.
“Essas pessoas vieram com um discurso moral. Seus amigos podem beber e fazer tudo que não são presos. O intelectual libertário, hoje em dia, é privilégio de alienado. Não é que o mundo ficou mais careta, o mundo ficou mais violento, menos utópico”, completou.
Em seguida, ela refletiu sobre o papel das pessoas brancas no combate ao racismo e teceu elogios ao rapper Mano Brown.
“Quem tá meio perdido hoje é esse branco libertário, pessoas como eu, e também do ponto de vista intelectual. Eu olho o programa do Mano Brown, ele sabe o que quer, o que está fazendo. O problema é que o intelectual branco, antes, era o porta-voz do povo, livre, superior. Hoje, o povo fala por si. O Mano Brown vai lá e faz aquele programa educativo, ouço o Silvio Almeida falar. Aí me pergunto: o que faço com a minha liberdade? Eles tão achados. Quem tá perdido somos nós”, afirmou, fazendo uma espécie de meia culpa.
Fátima e Vani
Durante o programa, Fernanda ainda respondeu sobre duas de suas maiores personagens: Vani, da série ‘Os normais’ e ‘Fátima’, de ‘Tapas e beijos’, ambas da TV Globo. As duas protagonistas cômicas são constantemente lembradas nas redes sociais.
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“Elas são ótimas. ‘Os Normais’ eu olhei e me achei nova, super forte o que foi a Vani e o Rui. Mas hoje em dia fiquei olhando a Fátima. Achei aquilo uma obra-prima, aquelas duas mulheres com aqueles problemas delas, aqueles homens. É incrível porque ‘Os Normais’ hoje não seria possível. Eles saíam e iam namorar, não tinha traição, iam encontrar o vizinho. Eram coisas de uma liberdade que esses jovens não têm mais”, afirmou.