Lucas Barbosa e Fernando Veríssimo vivem servidor e cidadão enlouquecidos pela burocracia -  (crédito: Henrique Suarez/Divulgação)

Lucas Barbosa e Fernando Veríssimo vivem servidor e cidadão enlouquecidos pela burocracia

crédito: Henrique Suarez/Divulgação

A comédia “Como vencer a burocracia sem ter um infarto” acompanha a saga de seu Nestor, dado oficialmente como morto. Certo dia, ele acorda e todos os seus documentos estão vencidos, o cartão de banco perdeu a validade. Desesperado, vai a uma repartição provar que está vivo.

 

Escrita por Ed Vasconcellos e dirigida por Ílvio Amaral, a peça está em cartaz até domingo (28/1) na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes. Em fevereiro, transfere-se para a Biblioteca Pública Estadual.

 

Lucas Barbosa interpreta o funcionário que atende seu Nestor, papel de Fernando Veríssimo. O ator faz questão de esclarecer que não se trata de crítica aos servidores públicos, mas à burocracia com a qual eles são obrigados a lidar.

 

O problema daquele cidadão “morto vivo” poderia ser resolvido com facilidade, se não fosse a máquina burocrática. “É aí que começam a confusão e as situações engraçadas. Para começar, seu Nestor será atendido somente se tiver uma senha. Pede a senha, mas ela não é distribuída no guichê, porque é entregue on-line”, conta Lucas Barbosa.

 

“A confusão vai aumentando de forma hilária. Pedem a ele vários documentos, que seu Nestor já não tem. Resolvido o impasse, entrega a documentação, mas o sistema exige o atestado de óbito, pois foi dado como morto. No final das contas, os dois acabam infartando. Porém, a confusão não para por aí”, adianta o ator.

 

Aprendizado no palco

 

Trabalhar com Fernando Veríssimo e ser dirigido por Ílvio Amaral é um aprendizado diário, conta Lucas, formado pelo Teatro Universitário da Universidade Federal de Minas Gerais. Amigos, ele e Veríssimo haviam atuado juntos na cena alternativa, em peças experimentais.

 

“Durante a pandemia, a gente estava doido para montar algo. Disse que queria algo bem-humorado, Fernando concordou e decidiu ligar para o Ílvio. 'Ele é o pai da comédia em Belo Horizonte. Se puder, nos dirige', avisou. E deu certo”, comemora Lucas.

 

 

Na época da crise sanitária, a dupla Ílvio Amaral e Maurício Cangussu – responsável pelo fenômeno “Acredite, um espírito baixou em mim” – vivia dias mais tranquilos. “Não estavam naquela loucura de fazer teatro, viajar e produzir outros artistas”, lembra o ator. Ílvio, então, topou dirigir a comédia.

 

“Vem sendo um aprendizado gigantesco. Atualmente, também participo de 'Velório à brasileira', com Ilvio dirigindo e atuando. Aprendo o tempo inteiro, pois ele não perde uma piada, consegue amarrar tudo. Qualquer coisa que acontece é sempre um tiro de risada.”

 

O outro professor de Lucas é Fernando Veríssimo. “É uma aula em cena, a nossa troca é muito boa. Aliás, o que a gente mais houve é as pessoas dizendo que a nossa sintonia é ótima. Temos um jogo de cena muito legal, conseguimos nos entender muito bem.”

 

“Como vencer a burocracia sem ter um infarto” faz parte da Campanha de Popularização do Teatro e Dança. A peça estreou durante a pandemia, reinaugurando a sala de bolso do Cine Theatro Brasil Vallourec, em BH. “De lá para cá, teve atualização, corte de texto e o final mudou. Nosso espetáculo está vivo desde 2020”, comemora Lucas Barbosa.

 

“COMO VENCER A BUROCRACIA SEM TER UM INFARTO”


De Ed Vasconcelos. Direção: Ílvio Amaral. Com Lucas Barbosa e Fernando Veríssimo. Desta quinta-feira (25/1) a sábado (27/1), às 19h, e domingo (28/1), às 18h, na Sala Juvenal Dias (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). De 1º a 3/2, às 20h, e 4/2, às 19h, na Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais
(Praça da Liberdade, 21, Funcionários). Ingressos: R$ 25 (postos do Sinparc); R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia), na bilheteria dos teatros.