A cantora e compositora mineira leva ao Arena Hall a turnê de

A cantora e compositora mineira leva ao Arena Hall a turnê de "Vício inerente", seu segundo álbum

crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A.Press- 27/8/22

Marina Sena apresenta nesta sexta-feira (26/1) em BH o show de seu segundo disco, “Vício inerente”, no Arena Hall. Lançado em maio de 2023, o álbum veio menos tropical do que o primeiro, apostou na utilização de batidas eletrônicas e provou que a mineira de Taiobeiras chegou para ficar na cena nacional.

A cantora fez show com músicas do novo disco na capital mineira em junho passado, no festival Sensacional. “Em festival é reduzido, tem que fazer tudo correndo. É muita música boa pra pouco tempo”, comenta.

Agora ela promete um show feito com mais calma e repertório estendido, incluindo grande parte de suas composições, incluindo faixas que há muito tempo não são cantadas ao vivo. A dona do hit “Por supuesto” diz que também terá mais tempo para “conversar e interagir com a galera”.

Segundo ela, “esse é um show feito com muita riqueza de detalhes”. “A gente queria que tivesse uma sensação viciante para você ficar hipnotizado pelo palco. A cada apresentação, parece que vai ficando melhor, mais gostoso. Saio com a sensação de dever cumprido. Tô muito ansiosa para mostrar isso para BH, porque fui criada e forjada pelas montanhas de Minas Gerais”, diz.

Além do timbre da voz, outra característica marcante de Marina Sena é o estilo. Muito ligada à moda e à sensualidade, desde o início da carreira a cantora aposta nos visuais para expressar sua personalidade e promete exibir um “lookão” aos fãs mineiros. Ela não deu pistas sobre a produção – assinada pelo estilista Leandro Porto –, mas, se for seguir a mesma linha de suas últimas apresentações, subirá ao palco com peças justas, cheias de brilho e recortes, com algum toque metalizado.

“Eu sou uma hippie. Agora que ganhei dinheiro, virei hippie de boutique. É ‘boho’ que o povo chama, né? Fiquei sabendo que chamava assim só agora”, brinca. “Meu estilo é essa coisa mais natural, mística, com conchas e elementos da natureza. Se tivesse que definir, eu diria que é hippie pós-apocalíptico.”

 

MOMENTO DE SALTO

Com a agenda corrida, a mineira não terá muito tempo para curtir Belo Horizonte. No sábado (27/1), ela se apresenta em Teresina, no Piauí. A artista diz ter carinho especial pela capital mineira. “Nasci em BH, vivi coisas muito importantes pra minha vida aí, foi onde produzi todo o ‘De primeira” e onde comecei a compor algumas músicas do ‘Vício inerente’. Foi um momento de salto da minha vida”, afirma, mencionando com nostalgia a casa em que morou no bairro Santa Tereza.

Marina Sena também destaca a importância de Montes Claros em seu processo de formação artística. Ela se mudou para a cidade do Norte mineiro aos 18 anos, em busca de profissionalizar a carreira. “

Fui pra lá muito jovem e vivi muitos processos pessoais, espirituais e psicológicos. Eu ainda estava entendendo o que eu era capaz de fazer. Montes Claros, nesse sentido, tem um lugar inigualável no meu coração. Quando me mudei de lá, eu chorei muito e, chegando em BH, fui morar na rua Montes Claros. É muito amor mesmo.”

Em dezembro de 2023, Marina Sena anunciou o rompimento da parceria com o antigo empresário, Jorge Velloso, e com o produtor e ex namorado, Iuri Rio Branco. Desde então, a notícia tem gerado especulações sobre os rumos da carreira da cantora. Sobre o assunto, ela diz ter músicas novas prontas, mas acredita que agora não é o momento certo de lançá-las.

“Tenho um bocado de coisa pronta. Eu estava até querendo lançar, mas falei: Quer saber? Não vou lançar não. Vou ficar quieta, vou fazer mais coisas, vou pensar o que é que eu quero e qual o próximo passo que eu quero dar. É um passo importante. Tenho que pensar direitinho no que vou fazer”, diz.

A cantora também conta estar “pirando” em discos da MPB clássica, como “A tábua da esmearalda”, de Jorge Ben Jor e “Transa”, de Caetano Veloso. Por falar em MPB, Marina causou durante apresentação no Primavera Sound, quando rebateu críticas sobre sua inflexão para o mainstream. “A Marina da MPB vai voltar, gente. Eu faço MPB, tá? É pop, mas é MPB. Odeio quando o povo fala que eu saí da MPB”, afirmou, em cima do palco.

Mas o que é MBP, na visão de Marina? Ela responde: “MPB é o pop. É a música popular brasileira, não tem muito segredo. É a música que usa elementos populares do Brasil, ritmos que são populares no país. Eu faço isso. Acho que é muito difícil não fazer MPB, só se você for muito segmentado".

Na opinião da cantora e compositora, “as pessoas reduzem muito a música popular brasileira a uma coisa que aconteceu como se aquilo fosse um estilo musical, mas não era. A maioria das pessoas que estavam fazendo música naquela época fazia música pop, músicas que usavam elementos populares do Brasil. Qualquer pessoa que faça isso está fazendo música popular brasileira”.

Outro ti-ti-ti recente das redes sociais envolvendo a artista são comentários de pessoas que dizem sentir falta da “antiga” Marina Sena, aquela do Rosa Neon e da Outra Banda da Lua. Questionada sobre como lida com esse tipo de comentário, ela diz, afiada: “Eu acho chato pra caralho! Como é que eu lido com isso? Eu não lido, não faço nada. Eu vou continuar fazendo o que eu quero fazer. Se eu concordasse com a maioria das coisas que as pessoas falam (sobre mim), eu não seria a Marina Sena, eu não teria nem saído de Taiobeiras, ficava lá quietinha vendendo calcinha com a minha mãe”, comenta, citando o emprego da mãe como vendedora de lingerie.

“Eu vou continuar fazendo o que eu quero, não tem como eu fazer outra coisa para além disso, não tem como, eu não consigo”, afirma.

“VÍCIO INERENTE”
Show de Marina Sena, nesta sexta-feira (26/1), às 22h30, no Arena Hall (Av. Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi). Ingressos a R$ 220 (inteira) e R$ 110 (meia estudante e social), à venda no Sympla. Classificação etária: 16 anos.

*Estagiária sob supervisão da editora Silvana Arantes