Com participações de Ná Ozzetti, Luiza Brina e André Prando, o álbum “Assopro” veio do fundo do baú do cantautor mineiro Gustavito. A ideia de gravá-lo surgiu há sete anos, quando ele participou do projeto Salve o Compositor, promovido pelo Sesc.
“É louco isso. Chega uma determinada fase na carreira do artista há anos na estrada em que ele começa a produzir várias coisas ao mesmo tempo e em diversas frentes. Ainda mais no meu caso, pois tenho sempre canções que transitam por estilos diferentes, além de projetos com outros músicos”, afirma Gustavito.
Em 2016, o cantor e compositor montou um show com formação “inédita e inusitada” em sua carreira. Pela primeira vez, dispensou o violão em favor da guitarra. E convidou Rafael Martini (teclados), Yuri Vellasco (bateria) e Paulo Sartori (baixo) para tocarem com ele.
“Era uma formação de grupo, que flerta com o rock e com o indie dentro da pegada de banda, com guitarra, teclado, baixo e bateria”, explica Gustavito. Em 2017, a banda gravou “Assopro” no estúdio do respeitado produtor Chico Neves, em Macacos, distrito de Nova Lima. “Aqueles músicos foram essenciais para a sonoridade que atingimos neste disco”, comenta Gustavito.
Ao longo do tempo, “Assopro” foi “atropelado” por outros projetos. Em 2019, ele lançou “Universo reflexo”, parceria com Thiago Braz. Só em 2020 começou a trabalhar o disco que surgira no projeto do Sesc, mas foi surpreendido pela pandemia.
Chegou 2021 e ele se voltou para o álbum duplo “Aho Aha”. Em 2023, foi a vez de “Destino do clã”, parceria com Nanam e Luizga.
Porém, Gustavito não deixava de ouvir as gravações guardadas no baú, sempre pensando em lançar “Assopro” para o mundo. “Agora, perto do Natal, achei que ele seria interessante. Várias pessoas ficavam me cobrando o lançamento, pois gostaram muito”, conta.
Sem show e clipe
Não haverá turnê de “Assopro”. Nem clipe. “Ele é o retrato de um passado. São canções que já não fazem parte do meu show atualmente. Talvez até atualize e passe a tocar algumas delas, mas são retratos de um momento que passou, embora não deixem de ser novidade para o público.”
Gustavito destaca as participações especiais de Luiza Brina, Ná Ozzetti e do cantor capixaba André Prando, além das parcerias com Luiz Gabriel Lopes, o Luizga, Alexandre Andrés, Thiago Brás, Flávio Tris e Totti Moreira. Henrique Steiner cuidou das programações eletrônicas.
Além de flertar com o indie rock, as faixas têm sonoridade especial. “São timbres brilhantes e eletrificados. Não de música eletrônica, porque é tudo muito orgânico. Há uma conexão com o jazz, arranjos bem elaborados e timbres digitais.”
A temática das canções é existencialista e espiritualista. “Este disco já demonstra a transição: eu estava mais conectado com a MPB e passei para a música medicinal. Em termos de letras, ele está no meio do caminho”, explica.
Gustavito chama a atenção para a participação da artista visual Jojo Hissa em “Assopro”. Ela assina capa e contracapa utilizando a técnica da colagem.
“Jojo fez uma arte animada para cada canção. Essa é uma parte bem rica do trabalho, esteticamente falando, algo bem especial que vou mandar para as redes sociais. Nos próximos dias, trarei a público o faixa a faixa, compartilhando trabalhos de colagem que ela fez”, promete.
“ASSOPRO”
Disco de Gustavito
Nove faixas
Disponível nas plataformas digitais
Repertório
“Mãe d'areia”
“Azul rei”
“Cantilena”
Participação de Ná Ozzetti
“Tribo da cacimba”
“Princesa dos ciganos”
Participação de Luiza Brina
“Caboclinho”
Participação de André Prando
“O beijo da jiboia”
“Febre”
“O ano do macaco de fogo”