Em março de 2023, o Brasil proibiu o uso de animais em testes de cosméticos e perfumes. A proibição ganhou força depois de ativistas invadirem um laboratório paulista que mantinha 150 bichos em cativeiro. O caso chamou a atenção do cineasta Paulo Nascimento, que decidiu escrever um roteiro inspirado naquela história. 

Assim surgiu o filme “Chama a Bebel”, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (11/1). A protagonista é vivida pela atriz Giulia Benite, mais conhecida como a “dentuça encrenqueira” da adaptação de “Turma da Mônica” para a telona. 



Giulia é Maria Isabel, adolescente cadeirante do interior que sai da casa da mãe, Mariana (Larissa Maciel), e do avô, seu João (José Rubens Chachá), para estudar na cidade grande. Confiante e independente, Bebel sonha com um mundo melhor. Ela se inspira na jovem ativista ambiental sueca Greta Thunberg para propor mudanças à sua comunidade. 

A garota chega receosa para o primeiro dia de aula na escola nova, sente medo das mudanças e de ficar longe da família, mas logo se junta ao simpático Zico (Gustavo Coelho) e a seu primo Beto (Antônio Zeni), formando um grupo longe das patricinhas e da galera metida. 

 


Professor cadeirante

No colégio, uma surpresa: o professor também é cadeirante. Interpretado por Rafa Muller, Denis propõe aos alunos se juntarem em grupos para criar um projeto sustentável que envolva a cidade e a escola. 

Pessoa com deficiência (PCD), Muller destaca a importância da representatividade em “Chama a Bebel”. “O filme tem cenas com duas cadeiras de rodas ao mesmo tempo. Isso é absurdo, até difícil de explicar. Me sinto representante e representado. Fiquei pensando em quantas pessoas vão pensar que poderiam estar no meu lugar e se sentirão encorajadas a seguir os próprios sonhos”, afirmou o ator, em entrevista coletiva virtual.

 

Giulia Benite e Rafa Muller interpretam aluna e professor cadeirantes

Paris Filmes/reprodução

 

O cineasta Paulo Nascimento se inspirou na filha e na geração Z para criar a garota defensora da natureza. Para ele, Bebel simboliza as mudanças comportamentais que vêm ocorrendo ultimamente. 

“A história começou lá atrás, quando eu observava minha filha adolescente, com 13, 14 anos. Comecei a descobrir uma Bebel ali, no comportamento dela. Percebi como essa geração tem uma visão de mundo diferente da minha. Foi assim que chegamos à história da menina que é líder e acredita que não temos planeta B, por isso precisamos cuidar do nosso”, afirma Nascimento. 

Giulia Benite, de 15 anos, conta que não foi difícil construir a personagem. “Isso tudo já fazia parte de mim, do meu dia a dia, da minha essência. Veio da minha criação”, explica. “A Bebel é intensa. Batalha, não se limita e luta por tudo em que acredita. É exatamente como eu.” 

A jovem atriz avisa: “A gente fez este filme com a certeza de que motivaríamos muitas reflexões. Tenho orgulho disso.” 

Durante as filmagens, foram adotados procedimentos sustentáveis, como a reciclagem do lixo, além do uso de mochilas e figurinos com tecido reutilizado de paraquedas. O elenco contou com a consultoria de Rafa Muller e de equipe especializada em acessibilidade e inclusão.

 

“CHAMA A BEBEL”

Brasil, 2023. Direção de Paulo Nascimento. Com Giulia Benite, Larissa Maciel, Rafa Muller, Sofia Cordeiro, Flor Gil, José Rubens Chachá e Flávia Garrafa. Estreia nesta quinta-feira (11/1) em salas dos shoppings BH, Pátio Savassi, Del Rey, Contagem, Cidade e Estação.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

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