Pescador na Ilha de Superagüi, no Paraná, Martelo já atingiu os 70 anos mas não conseguiu se aposentar. É este o personagem central de “Lista de desejos para Superagüi”, documentário de Pedro Giongo que foi o grande vencedor da 27ª. Mostra de Cinema de Tiradentes.
A premiação, ocorrida na noite deste sábado (27/1) na cidade histórica, deu o Troféu Barroco ao longa paranaense. O júri oficial justificou sua escolha dizendo que o filme, “sem ceder ao melodrama da comiseração, mostra a ancestral violência brasileira contra os despossuídos.” Em seu agradecimento, Giongo falou da generosidade de seus personagens por terem permitido que ele filmasse seu cotidiano.
Também concorrendo na Mostra Aurora, a principal do evento, o longa “Maçãs no escuro” (SP), de Tiago A. Neves, recebeu uma menção honrosa. “Um filme que, em seu universo, através de sua linguagem e personagens, expressa a recusa em adaptar-se a uma sociedade normatizada”, destacou o júri.
O Troféu Carlos Reichenbach, dedicado ao Júri Jovem (formado por estudantes) ao melhor longa da Mostra Olhos Livres, foi para “Aquele que viu o abismo” (SP), de Negro Léo e Gregorio Gananian.
O Prêmio Helena Ignez, com um destaque feminino nos filmes das Mostras Aurora e Foco, foi dado a Kerexu Martim, diretora do curta “Aguyjevete Araxi’I” (SP), “pelo olhar implicado de uma juventude para o momento presente que pensa e constrói o futuro”.
Dentre os títulos da Mostra Foco, o júri escolheu o curta-metragem “Eu fui assistente do Eduardo Coutinho” (RJ), de Allan Ribeiro. Para os jurados, o filme “traz em seu método criativo íntimo e pessoal um filme que escapa à formatação dominante no cinema contemporâneo”. O mesmo título recebeu ainda o Prêmio Canal Brasil de Curtas, no valor de R$ 15 mil.
No júri popular, o longa vencedor foi “As primeiras” (SP), de Adriana Yañez, e o curta foi “Soneca e Jupa” (MG), de Rodrigo R. Meireles.
Pela primeira vez a Mostra de Tiradentes contou com um júri especial formado pela Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), que teve a missão de escolher o melhor título da Mostra Autorias. O vencedor foi “Estranho Caminho” (CE), de Guto Parente, “pela maturidade de uma direção que prima ao experimentar na intersecção de subgêneros e propostas estéticas, pela tradução de um repertório robusto, atento a cenas e corporalidades contemporâneas que evidenciam a busca pelo afeto e pela reconstrução dos laços familiares diante do terror social e da possibilidade iminente do desaparecimento”.
Veja os vencedores da Mostra de Tiradentes
LONGA MOSTRA AURORA – PRÊMIO JÚRI OFICIAL
“Lista de desejos para Superagüi” (PR), de Pedro Giongo
MENÇÃO HONROSA- MOSTRA AURORA – PRÊMIO JÚRI OFICIAL
“Maçãs no escuro” (SP), de Tiago A. Neves
DESTAQUE FEMININO – PRÊMIO HELENA IGNEZ – JÚRI OFICIAL
Kerexu Martim, diretora do filme “Aguyjevete Araxi’I” (SP)
LONGA - PRÊMIO JÚRI POPULAR
“As primeiras” (SP), de Adriana Yañez
LONGA MOSTRA AUTORIAS – PRÊMIO DO JÚRI DA CRÍTICA | ABRACCINE
“Estranho caminho (CE), de Guto Parente
LONGA MOSTRA OLHOS LIVRES – PRÊMIO CARLOS REICHENBACH | JÚRI JOVEM
“Aquele que viu o abismo” (SP), de Negro Léo e Gregório Gananian
WIP – CORTE FINAL – PRÊMIOS CTAV, THE END
“Ausente” (MG), de Ana Carolina Soares
WIP – CORTE FINAL – PRÊMIO O2 PÓS
“Novembro” (PE), de Milena Times
WIP – CORTE FINAL – PRÊMIO MÁLAGA WIP
“Suçuarana” (MG), de Clarissa Campolina e Sérgio Borges
CURTA – PRÊMIO JÚRI POPULAR
“Soneca e Jupa” (MG), de Rodrigo R. Meireles
CURTA MOSTRA FOCO – PRÊMIOS JÚRI OFICIAL E CANAL BRASIL DE CURTAS
“Eu fui assistente do Eduardo Coutinho” (RJ), de Allan Ribeiro