Foliões se divertem no desfile da Banda Mole do ano passado; percurso pela avenida é cercado com gradis e presença de ambulantes não é permitida -  (crédito: Gladyston Rodrigues /EM/D.A Press)

Foliões se divertem no desfile da Banda Mole do ano passado; percurso pela avenida é cercado com gradis e presença de ambulantes não é permitida

crédito: Gladyston Rodrigues /EM/D.A Press

Uma das agremiações carnavalescas mais tradicionais de Belo Horizonte, com quase 50 anos de atividades, a Banda Mole promete agitar o Centro da cidade neste sábado (3/2), a partir das 13h, com uma programação que prima pela diversidade.

A estrutura da festa prevê um palco e dois trios elétricos dispostos ao longo da Avenida Afonso Pena, entre as ruas da Bahia e Guajajaras, sendo cada um desses polos dedicado a um gênero musical.

“Já que estamos falando de carnaval, teremos um trio de axé. O palco, como de costume, é reservado para o samba e o pagode. E a novidade é o trio que estamos chamando de Periférico, com artistas ligados ao hip hop e ao funk”, diz Polly Paixão, que debuta este ano na organização da Banda Mole, com sua Lá e Cá Produções.

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Ela observa que cada um desses espaços vai contar com a presença de ao menos um nome de projeção nacional, em apresentações agendadas em horários não conflitantes.

Num primeiro turno, no Trio Periférico, Zegon – ex-Planet Hemp e um dos criadores do Tropkillaz, ao lado de André Laudz – comparece como convidado do projeto Malucofonia, dos DJs e produtores Roger Moore e Roger Dee. O DJ e produtor Vhoor é o outro convidado da apresentação.

Alexandre Nero

Um pouco mais tarde, às 17h30, no Trio Axé, o ator e músico Alexandre Nero marca presença na apresentação do bloco Baianas Ozadas. À noite, o palco dedicado ao samba e ao pagode recebe o show do cantor e percussionista Chrigor, ex-Exaltasamba,

O músico e produtor Totove Ladeira, filho de Luiz Mário “Jacaré” Ladeira (presidente e um dos fundadores da Banda Mole) e integrante da banda Zé da Guiomar, que também está na programação, ressalta que "a curadoria levou em consideração a pluralidade e a diversidade, trazendo representantes de vertentes musicais variadas, que contemplam o tradicional e as inovações que artistas periféricos podem trazer”.

Roger Moore afirma estar muito empolgado em poder abrir os trabalhos no Trio Periférico. Ele diz que a palavra “novidade” se aplica não somente à inclusão do hip hop e do funk na Banda Mole, mas à sua própria presença em um evento do tipo.

“É a primeira vez que me apresento num trio elétrico. O convite coincidiu com o lançamento do EP do Malucofonia, que construímos ao longo de 2023, então vamos ter agora a oportunidade de mostrar esse trabalho em um evento de grande visibilidade”, comemora.

Além de Zegon e Vhoor, a apresentação vai contar com as participações de dois MCs locais, Shabê e Douglas Din, com os quais o Malucofonia deve lançar singles nos próximos meses.

Participações vocais

“É um desdobramento do EP, que não tem participações vocais – são montagens com frases instrumentais do universo do funk. A ideia, agora, é trazer MCs para colaborar com o projeto”, explica.

Os convites a Zegon e Vhoor foram feitos, conforme aponta, por admiração e identificação. “O Zegon já tem uma amizade com o Roger Dee há muito tempo, e a gente gosta de Tropkillaz, acha que tem uma proximidade com o trabalho do Malucofonia. O Vhoor nós conhecemos por aí, da cena mesmo. Admiramos o que ele faz e também achamos que tem afinidade com nossa proposta, no sentido de que não é fechado num estilo, engloba toda a produção periférica, muito baseada na batida, no grave, com rap, funk, miami bass”, ressalta.

Este ano, a Banda Mole não apenas celebra a multiplicidade musical, mas também levanta a bandeira da preservação do meio ambiente e da sustentabilidade. Para dar mais destaque à temática escolhida, dois renomados defensores da natureza serão homenageados com a representação de seus rostos nos tradicionais bonecões que desfilam pela avenida: o jornalista especializado em questões ambientais André Trigueiro e o político e ativista Fernando Gabeira.

“Em 2023 tivemos marcos históricos de desequilíbrio climático e destruição. O excesso de calor, de chuvas e de frio nos levou a escolher essa temática.Temos que prestar atenção nos nossos excessos, com relação a resíduos, por exemplo”, diz Polly Paixão.

Sobre a estrutura da festa, a produtora salienta que é um evento ao ar livre, gratuito, mas “fechado”. Gradis serão colocados delimitando toda a área que a Banda Mole vai ocupar, e não será permitida a entrada de vendedores ambulantes. “Vamos vender as bebidas por um preço bem popular, próximo do que os ambulantes praticam, e queremos oferecer todo o conforto para os foliões, com uma quantidade de banheiros químicos bem maior do que em anos anteriores, por exemplo”, pontua.

Programação


PALCO (SAMBA E PAGODE):

13h – DJ Pablo Catão
14h20 – Zé da Guiomar
15h10 – DJ Pablo Catão
15h30 – Bloquinho Banda Mole convida Júlia Rocha
16h20 – DJ Pablo Catão
16h30 – Esquenta Charanga do Bororó
17h10 – DJ Pablo Catão
17h45 – Axtral
19h45 – DJ Pablo Catão
20h – Chrigor


TRIO AXÉ:

13h – DJ Vini Brown
15h – Rubens Aredes (ex-Então,Brilha!)
16h45 – DJ Vini Brown
17h30 – Baianas Ozadas convida Alexandre Nero
19h30 – DJ Vini Brown
20h – Samba do B (Pagodão Baiano)


TRIO PERIFÉRICO (HIP HOP E FUNK):

13h – DJ Black Josie
15h – Roger Dee + Rogger Moore (Malucofonia) convidam Tropkilazz e Vhoor
16h45 – DJ Black Josie
17h30 – Funk You
19h30 – DJ Black Josie
20h – Baile do Kin


BANDA MOLE
Desfile neste sábado (3/2), das 13h às 22h, na Avenida Afonso Pena, entre as ruas da Bahia e Guajajaras. Gratuito.