Formado por Rodrigo Santos, Ricardo Palmeira e Nani Dias, o Front chega ao streaming com “The Hansa album”. Com oito faixas, é o terceiro álbum do grupo formado por amigos, músicos e compositores que fazem parte da história do rock nacional – eles já tocaram com Barão Vermelho, João Penca, Leo Jaime, Lobão, Kid Abelha, Paulo Ricardo e Cazuza. O trabalho foi gravado no fim do ano passado, no Hansa Studio, em Berlim, na Alemanha, por onde passaram nomes como David Bowie, U2, Bjork, Iggy Pop, R.E.M. e Depeche Mode, entre outros.
Rodrigo é responsável pelas composições, baixo e voz; Ricardo, guitarra, backing vocal, violão e composições; e Nani, guitarra, violão e programação eletrônica. “O Front é mais um dos meus projetos e tenho um carinho especial por ele, porque foi uma banda que tive de 1983 até 1987, com o Ricardo e o Nani. O baterista Kadu Menezes também fazia parte do grupo, mas acabou deixando o projeto durante a gravação do 'The Hansa'.”
O baixista conta que o trio fez três discos de agosto a dezembro de 2023. “Estava mixando um trabalho com o Nani e me veio a ideia de compor uma música para um documentário do Front. Em cinco dias, fizemos 15 músicas, e aí veio a ideia do álbum. Na verdade, já tínhamos uma parceria bacana no Front, que só paramos para tocar com Leo Jaime.”
Após lançar dois álbuns – “Tempo/Espazo” e “Espazo/Tempo” (com capas do artista gráfico Jampa) – em outubro da ano passado, Rodrigo conta que eles começram a ter um conceito de onde queriam chegar com música eletrônica misturada ao rock.
“Estávamos com uma viagem marcada para a Inglaterra para fazer o terceiro disco ('The Hansas album) igual fizemos com Os Britos, ou seja, no estúdio dos Beatles, mas resolvemos mudar o itinerário para Berlim. A intenção era gravar no Hansa Studio, pelo qual passou David Bowie. Lá tem uma sala chamada Meistersaal, na qual feras como U2 e R.E.M., David Byrne, Kraftwerke tantos outros gravaram. Então, o álbum foi gravado em um estúdio no qual respirou o universo musical. Até usamos essa sala do Hansa para fazer a capa do disco”, explica o músico.
Ele afirma ainda que cada viagem da banda é uma descoberta. “A gente traz cultura, além de vivência, experiência, mais vida para a nossa carreira autoral”, ressalta. “A cada disco tentamos também colocar uma das músicas que fizemos em 1987 e que não foram para um LP que sairia naquela época. A gente devia um disco ao Front”, diz Rodrigo.
O baixista ressalta que os três integrantes da banda são amigos e sempre viveram e conviveram musicalmente. “O Ricardo é também guitarrista do meu projeto solo, 'Festa rock', e o Nani, meu companheiro de Os Britos. O Kadu Menezes só gravou as baterias, não entrou no projeto. Gravamos as bases na casa do Nani e fomos para Berlim. Na realidade, não queríamos ser uma banda dos anos 1980, batalhando um lugar ao sol, porque já conseguimos isso no mainstream.”
Faixas oitentonas
Segundo Rodrigo, “o primeiro item de ser um Front é viver para a arte e pela arte, mesmo que ela não dê dinheiro”. “Então, desde agosto de 2023 nos encontramos praticamente todos os dias e viramos um trio de produtores, amigos experientes, sabendo o que quer, tanto da parte gráfica quanto da sonoridade. Seguimos em frente com bateria eletrônica, porém o Lucas Frainer, que é baterista na minha carreira solo, tocará nos shows do Front”, detalha.
Quatro clipes do “The Hansa album” já estão rodando no YouTube. “E vamos lançar mais quatro de ' 'Não precisa correr', que é uma música nossa de 1987, outra do mesmo ano chamada 'A tempestade', além de 'Valeu' e 'Sem você'. A conta-gotas, vamos colocando uma música daquela época, totalmente repaginada, saindo daquele rock new wave clássico, mas continuando com influências de Duran Duran e outros”, explica o baixista.
Ele conta que o Front vai gravar 10 clipes na Holanda. “Depois viemos com o documentário e o quarto álbum. Estamos empolgados e compondo bastante e, se bobear, acabamos o ano com mais de 100 músicas.”
“THE HANSA ALBUM”
• Álbum da banda Front
• Oito faixas
• Disponível nas plataformas digitais