Atrizes Carolinie Figueiredo e Samara Felippo refletem sobre a maternidade e seus elos -  (crédito: Lorena Zschaber/divulgação)

Atrizes Carolinie Figueiredo e Samara Felippo refletem sobre a maternidade e seus elos

crédito: Lorena Zschaber/divulgação

O que muda na vida da mulher depois da chegada de um bebê? Samara Felippo e Carolinie Figueiredo trazem à tona as transformações maternas no espetáculo “Mulheres que nascem com os filhos”, dirigido por Rita Elmôr, em cartaz no Sesc Palladium, neste sábado (24/2), às 20h. 

Entre comédia e drama, a peça acompanha a trajetória do renascimento da mulher após a maternidade. O trabalho busca desconstruir e convidar o público a repensar temas como gravidez, puerpério, criação e aceitação do corpo pós-filhos. 


“Estamos saindo de uma bolha que a sociedade nos coloca desde pequenininhas. Quebrando ciclos e enxergando o que faz sentido na nossa própria criação. O que minha mãe me ensinou e eu quero ensinar para minha filha, mas também o que não concordo e não quero”, disse Samara. 

Samara conversou com o Estado de Minas enquanto levava uma das filhas para a escola e se dirigia para novos compromissos, rotina agitada de uma mãe solo. Para a atriz, criar o espetáculo foi uma maneira de se refugiar do estresse causado pela falta de rede de apoio, que a acompanha diariamente. 

“Foi um renascimento. É revolucionário e libertador estar no palco e falar sobre essas coisas que vão machucando e adoecendo a gente por dentro. É um projeto de cunho social que liberta e estende a mão para muitas mulheres. Que entende que cada uma tem a sua maternidade, sem julgamento”, comenta a atriz. 

A peça estreou no fim de 2019, pouco antes da pandemia de COVID-19, o que afastou as atrizes do palco. Depois do isolamento social, “Mulheres que nascem com os filhos” voltou ao cartaz em 2022. 

“Nós nos encontramos num lugar de muitas dores e sombras da maternidade. Eu, depois de ter me separado com duas crianças, uma de 4 anos e outra com 20 dias; e a Carol em um puerpério ferrenho”, afirmou Samara. 

As atrizes trabalharam com a atriz, diretora e mãe Rita Elmôr. Juntas, encontraram os pontos em comum nas três vivências da maternidade. “Quando me separei, foi bem profundo e doloroso, e a gente começou a olhar com muita sensibilidade e muita revolta para essa sobrecarga. Isso porque falo de um lugar de muito privilégio. A partir daí, comecei a olhar também para a realidade de outras mães e entender em que ponto nós nos encontrávamos”, detalhou Samara.

Homens na plateia 

Na peça, muitas vezes é retratado o amor das avós, das sogras e das pessoas por perto, o que é maravilhoso, aponta a atriz. “Mas, no fim, quem cria meu filho sou eu. Agradeço e honro as pessoas que vieram antes, mas escolho o que quero levar para a frente”, completa. 

Samara garante que o tema da peça não se restringe apenas às mães. “Parece que o nosso título repele os homens, mas o tema pertence a eles também. Tem muitos homens por aí que são pais e, às vezes, nem percebem o que as mulheres passam, mesmo estando a seu lado. A peça pode dar uma incomodada nos caras, mas se não incomodar, não ressoa. Ela é feita para a pessoa sair dali e ficar refletindo dias, semanas e meses depois.”

 

“MULHERES QUE NASCEM COM OS FILHOS”


Direção: Rita Elmôr. Com Samara Felippo e Carolinie Figueiredo. Neste sábado (24/2), às 20h, no Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro). Ingressos: R$ 90 (inteira), na plateia 2. Plateias 1 e 3 esgotadas. Informações: (31) 3270-8100.

 * Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro