A gravadora BMG está prestes a demitir o roqueiro Roger Waters. Segundo divulgado pela imprensa internacional, a empresa tomou a decisão após comentários sobre os conflitos em Israel e na Ucrânia, considerados antissemitas. O contrato deve ser encerrado em breve.



Segundo a revista Variety, a gravadora e o ex-Pink Floyd firmaram um acordo em 2016 para lançar uma nova versão do álbum ‘Dark side of the moon’, de 1973, em 2023, quando o trabalho da banda completou 40 anos. Porém, o relançamento foi cancelado em julho, após um novo CEO assumir o comando da empresa.

“Fontes disseram à Variety que o BMG está se preparando para se separar totalmente do músico veterano”, publicou a revista. No entanto, nem Waters nem a gravadora se manifestaram sobre o assunto.

O roqueiro, que se apresentou no Brasil no fim do ano passado, foi acusado de antissemitismo após declarar que não se sabe o que exatamente levou o Hamas a atacar, de surpresa, Israel, no dia 7 de outubro. A ação levou a um conflito sangrento na região da Faixa de Gaza, que se estende até hoje.

Em uma entrevista, Waters duvidou sobre o número de mortos e reféns divulgados por Israel. Ele ainda disse que havia "algo muito suspeito" no ataque, uma vez que "não sabemos o que eles [o Hamas] fizeram" durante a invasão.

"Foi justificado que eles resistissem à ocupação? Sim. Mas, novamente, é o que você disse, são as Convenções de Genebra. Elas são absoluta, legal e moralmente obrigadas a resistir à ocupação desde 1967. É uma obrigação”, declarou.

“Se foram cometidos crimes de guerra, eu os condeno”, disse Waters no fim de 2023. Para o líder do Pink Floyd a resposta de Israel foi desproporcional. “O que sabemos é se foi uma operação de bandeira falsa ou não, ou o que quer que seja, ou o que quer que tenha acontecido, e qualquer história que vamos contar… e não sabemos se algum dia conseguiremos muito da história real. É muito, é sempre difícil dizer o que realmente aconteceu”, defendeu.

Segundo a Variety, a demissão de Waters está em pauta desde o começo de 2023. Em uma entrevista ao jornalista Glenn Greenwald, em novembro, o músico disse que sua ruptura com a BMG seria fruto “da pressão de interesses pró-israelenses em relação à empresa-mãe do BMG, Bertelsmann”, escreveu a publicação.

 

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