A escritora mineira Conceição Evaristo acaba de ser anunciada a nova imortal da Academia Mineira de Letras (AML). Dos 34 votantes, 30 fecharam com o nome da criadora do conceito de "escrevivência", que em 2023 conquistou o Troféu Juca Pato, outorgado pela União Brasileira de Escritores, como Intelectual do Ano. Foi a primeira vez que a distinção foi concedida a uma mulher negra. Conceição recebeu a honraria pela publicação de "Canção para ninar menino grande" (Ed. Pallas, 2022), em que narra as contradições e complexidades da masculinidade negra e os efeitos delas sobre as mulheres negras.
A escritora disputava a vaga na AML com José Anchieta da Silva, que recebeu dois votos. Outros dois acadêmicos votaram em branco. Conceição Evaristo sucede Maria José de Queiroz na cadeira de número 40. A nova imortal da AML estreou na literatura em 1990, quando publicou "Cadernos negros", que reúne uma série de contos e poemas. Em 2003, publicou o romance "Ponciá Vicêncio". Já em 2011, lançou o volume de contos "Insubmissas lágrimas de mulheres".
A escritora, nascida em Belo Horizonte em 1946, conquistou também o Prêmio Camélia da Liberdade (2007), Prêmio Ori (2007) e o Prêmio Jabuti (2015), com o livro "Olhos d'água".