Depois de bem-sucedidos dois anos de carreira, a banda carioca Bala Desejo anuncia pausa para que seus integrantes se dediquem a projetos individuais. A turnê de despedida teve início no último dia 2, em Brasília, e chega a BH nesta sexta-feira (23/2), no Palácio das Artes. Em conversa por videochamada com o Estado de Minas, Julia Mestre, Dora Morelenbaum, Zé Ibarra e Lucas Nunes deram spoilers sobre o show de amanhã e comentaram como vivenciam este momento emblemático para o quarteto.
Em nossa última conversa, em janeiro, vocês estavam voltando de férias e disseram que pensariam melhor sobre a estrutura do show da turnê de despedida “Sim sim sim”, nome do disco pensado justamente no encontro de vocês com a plateia. Na estrada, como vêm sendo as apresentações?
Zé Ibarra – Daquele momento até aqui, a gente teve ensaios, conversou um pouco e preparou algumas coisas especiais para ressaltar a emoção de despedida e deixar clara aquela sensação de algo que foi e está indo embora. Postamos um vídeo no Instagram falando um pouco sobre isso. Essas coisas vão sintonizando a gente e o público no clima para poder sentir melhor as coisas.
Dora Morelenbaum – As músicas, como elas são, já trazem um clima nostálgico pra gente. Os arranjos novos trazem o clima de olhar pra trás e lembrar coisas que passaram no nosso processo juntos. Então, estamos nos conectando com essa sensação.
O show de despedida terá novidades em relação às últimas vezes de vocês em BH?
Julia Mestre – É o nosso show do (disco) “Sim sim sim”. A novidade é como a gente se despede, trazendo coisas que fizeram parte do nosso processo e revisitando melodias. A gente preparou números especiais pensando na despedida. Inclusive, estamos juntos aqui, agora, porque estamos ensaiando para viajar na madruga para Belo Horizonte. É o nosso terceiro show da lista. A gente teve uma pausa pro carnaval. Foi muito bom poder viver a estreia e sentir como era a sensação não só de estar fazendo o show do Bala Desejo, mas de fazer com o público sentindo o encerramento. Isso, com certeza, toca diferente as pessoas, não só o próprio público, mas também a gente. A gente se reuniu aqui hoje (quarta-feira) e espera fortes emoções no Palácio das Artes.
Zé Ibarra – A gente não quer falar o que planejou para não dar spoiler. Tem diferença, porque os belo-horizontinos nunca viram o show do Bala da maneira que a gente concebeu lá no começo. Um show que pudesse estar em qualquer lugar, mas com o foco no teatro. A gente sempre pensou nisso, tanto que nossa estreia foi no teatro. Em BH, a gente só fez em festival ou na Autêntica, que é uma loucurinha. Então, para vocês daí, especificamente, será novo e diferente, porque vai ter aquele aparato de teatro. E que teatro que é o Palácio (das Artes), né? Vai ser muito maneiro.
Vocês podem dar mais pistas sobre a despedida em BH?
Lucas Nunes – Vamos tocar uma música que a gente nunca tocou em BH, uma música do nosso álbum chamada “Cronofagia”.
Zé Ibarra – Esta é a nossa música mais mineira, foi feita meio que em homenagem a Minas Gerais.
Julia Mestre – A abertura também é especial, feita para esta turnê. Então, preparem-se, porque o show já começa de uma forma inédita.
Qual é o sentimento de vocês lá no palco?
Lucas Nunes – Uma coisa que nunca vai morrer no Bala é essa euforia da gente juntos tocando, essa alegria. Tem sido como sempre foi, na verdade. Claro, com o sentimento de que vamos finalizar. Só que na hora de entrar no palco, a gente não pensa muito nisso. A gente se diverte, faz o nosso show, toca os instrumentos e canta o que a gente quer da maneira mais à vontade e divertida.
Dora Morelenbaum – A gente chega aqui no estúdio, senta ali com os músicos e parece que estamos no nosso primeiro encontro, levantando as músicas para o disco. A energia de tocar juntos e estar em cima do palco é de muita alegria.
Zé Ibarra – E é interessante essa despedida, porque não é alguém que vai morar fora do país, sabe? Alguém de quem você vai se afastar da noite pro dia. É diferente, vamos ver ainda o que vai ser…
Antes desta turnê, vocês fizeram 175 shows, chegaram até o Japão. Mas a cidades do Brasil, como Curitiba, vocês vão agora pela primeira vez. Não cantaram em várias do Norte e do Nordeste. Muitas coisas ainda não foram feitas. Nesse sentido, a pausa foi decidida com 100% de certeza?
Lucas Nunes – Muitos fatores fazem o nosso show da forma que a gente fez, irmos para os lugares a que fomos. A gente adoraria poder estar mais no Brasil, mas nunca vai dar tempo de fazer tudo em dois anos, nenhum artista conseguiria. Mas fizemos muita coisa. Apesar da gente não ter ido para todos os lugares, a gente foi a muitos. Existem lugares muito importantes para cada um de nós, onde a gente não pôde estar por diversos fatores, como Manaus, Belém do Pará. Mesmo assim, agora é o momento certo de parar com o Bala Desejo, de fazer esse encerramento do “Sim sim sim”, para que a gente possa criar outro no futuro. E, quem sabe, poder comparecer também a esses lugares tão importantes para a gente.
O que vocês esperam que o Bala Desejo se torne depois desta pausa?
Dora Morelenbaum – Esse tempo é justamente pra gente poder sentir o que é possível acontecer. É uma pausa pra justamente a gente poder se inspirar, ver outras coisas e entender o que significa o Bala Desejo no mundo a partir daqui.
Julia Mestre – Uma coisa é certa: o disco está aí no mundo. O projeto existe porque nos juntamos e, independente do futuro, isso estará sempre marcado na nossa história.
Lucas Nunes – Espero que o Bala cresça, mesmo com a gente não sabendo o que vai acontecer. Individualmente, acredito muito no trabalho de cada um aqui. Então, sempre vai ser uma coisa cíclica. Assim como o Bala ajuda no projeto individual de cada um, o projeto individual de cada um vai ajudar no Bala. E vai tornar tudo cada vez maior.
BALA DESEJO
Show nesta sexta-feira (23/2), às 21h, no Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos à venda no site Eventim. Inteira: R$ 120 (plateia 1),
R$ 100 (plateia 2) e R$ 80 (plateia superior). Meia-entrada na forma da lei.
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria