Encenada pela primeira vez em 1791, apenas dois meses antes da morte do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), a ópera “A flauta mágica” é uma das mais conhecidas mundialmente. Escrita pelo libretista Emanuel Schikaneder, a montagem narra as aventuras de dois personagens no século 18.
No enredo original, um príncipe (Tamino) e seu amigo (Papageno) saem à procura da filha da Rainha da Noite, Pamina, que está desaparecida. Durante a missão, eles contam com ajuda de uma flauta com o poder de livrá-loS dos perigos que surgem no caminho.
Sai flauta, entra guitarra
Na montagem da Cyntilante Produções, o espetáculo traz versão contemporânea e inédita da ópera, propondo a troca da flauta pela guitarra com o objetivo de popularizar o gênero operístico juneto ao público infantil. “A guitarra mágica” será apresentado neste sábado (24/2) e domingo (25/2), no Cine Theatro Brasil Vallourec.
Esta é a segunda de três incursões da companhia mineira na criação de novas adaptações para o formato operístico. A primeira, “João e Maria – A opereja”, estreou no ano passado, levando a história dos irmãos que se perdem na floresta para o sertão brasileiro.
Sempre adicionando um traço de brasilidade a suas produções, depois de “A guitarra mágica, a Cyntilante pretende encerrar o projeto com a releitura de “Aida”, de Giuseppe Verdi, dentro do contexto do samba. O diretor Fernando Bustamante conta que, para traçar um diálogo entre as composições de Mozart e o universo infantil, optou por narrar a trama dentro de um jogo de fliperama.
Fliperama
“É uma versão bem contemporânea e ao mesmo tempo bem fiel à história original. Dois amigos vão parar dentro de um fliperama e, para sair do jogo e voltar para o mundo real, eles precisam chegar até a fase final e derrotar o chefão”, diz sobre sua adaptação da jornada de Tamino (Thales Barbosa) e Papageno (Leon Ramos), que aqui só possuem uma vida restante para cumprir a missão.
Os nomes dos personagens da trama original permanecem os mesmos e a história, com uma hora e meia de duração, segue dividida em dois atos. O mote principal também não sofreu alterações. Para chegar à fase final do chefão, os protagonistas precisam resgatar a princesa Pamina (Luísa Pacheco), porém, num determinado momento da dinâmica, se questionam sobre quem é o verdadeiro vilão.
Trilha ao vivo
Os atores cantam as músicas ao vivo, enquanto são acompanhados de orquestra formada por 10 músicos e um trio composto por baixo, guitarra e bateria.
Na trilha sonora, criada pelo diretor musical Marcelo Minal, melodias de Mozart são tocadas com pitadas de sucessos de Led Zeppelin, Cazuza, Legião Urbana e Elvis Presley.
Na cenografia, três telões interativos trazem a sensação de tridimensionalidade ao público. Através do mapeamento dos movimentos, é como se os atores realmente estivessem dentro de um mundo virtual. Já os figurinos e as maquiagens são quadriculados para remeter ao formato dos pixels dos jogos de antigamente.
Para Fernando Bustamante, “A guitarra mágica” é um espetáculo direcionado principalmente ao público da segunda infância (aqueles com idade entre 7 e 14 anos). Após as duas apresentações na capital, o espetáculo cumpre temporada em cidades do interior de Minas até novembro.
“A GUITARRA MÁGICA”
Apresentações neste sábado (24/2), às 18h, e domingo (25/2), às 17h, no Cine Theatro Brasil Vallourec (Av. Amazonas, 315 – Centro). Ingressos a R$ 24 (inteira) e R$ 12 (meia) em www.cyntilante.com.br
OUTRAS ATRAÇÕES
>>>Bala Desejo
Com milhares de quilômetros na bagagem, a kombi do Bala Desejo volta à estrada e segue rumo a seu destino final. O projeto que reúne os artistas Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra se despede de BH, hoje (23/2), às 21h, no Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537 – Centro). A movimentação acontece para permitir que os integrantes retomem suas carreiras solo. Os ingressos estão à venda no Eventim. Inteira: R$ 120 (plateia 1), R$ 100 (plateia 2) e R$ 80 (plateia superior). Meia-entrada na forma da lei.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro