Caetano entrou com ação judicial em 2017 por ser chamado de pedófilo por Olavo de Carvalho nas redes sociais -  (crédito:  Túlio Santos/EM/D.A Press)

Caetano entrou com ação judicial em 2017 por ser chamado de pedófilo por Olavo de Carvalho nas redes sociais

crédito: Túlio Santos/EM/D.A Press

 

O cantor e compositor Caetano Veloso conseguiu a penhora do dinheiro proveniente das vendas do livro de Olavo de Carvalho, morto em janeiro de 2022, para que ele possa receber o valor que a Justiça julgou procedente após vencer processo contra o guru do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em 2017, o cantor entrou com ação por ser chamado de pedófilo pelo líder bolsonarista nas redes sociais.


No mesmo ano, a Justiça concedeu liminar, decidindo pela remoção do conteúdo na internet, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. E isso nunca foi feito. A dívida acabou acumulando e ultrapassou a casa dos R$ 3 milhões.

 


Segundo informações do TJ-RJ, a 50ª Vara Cível do Rio atendeu o pedido da defesa de Caetano e determinou a penhora dos valores arrecadados pela Editora Record com a venda dos livros de Olavo de Carvalho. Procurada, a Editora Record afirma que os valores referentes aos livros seriam de pouco mais de R$ 8 mil.

 
A decisão foi do juiz Guilherme Pedrosa Lopes, que afirma no documento que enquanto não for finalizado o inventário, é de responsabilidade do espólio arcar com as dívidas contraídas por ele em vida. Procurada, a Editora Record afirma que os valores referentes aos livros seriam de pouco mais de R$ 8 mil.

 


BRIGA ANTIGA

 

Essa briga entre Olavo e Caetano é antiga. Logo no início dela, a advogada Clara Leite, que defendia Caetano, explicou que foi preciso entrar com uma carta rogatória na Virgínia (EUA), onde Carvalho tinha residência para fazer a intimação.


Em 2019, o escritor registrou queixa-crime contra Caetano após um artigo publicado pelo músico na Folha de S.Paulo. O documento pedia que Caetano respondesse pelos crimes de calúnia, difamação e injúria.

 

 

O advogado de Olavo, Francisco Carlos Cabrera, que assinava a petição, referia-se ao músico como "canalha", "delinquente travestido de colunista" e dizia que Caetano alegava ter sido exilado (durante a ditadura), "mas nunca mostrou um documento". Olavo, em sua defesa, dizia que o artista teria ofendido sua honra.


Em 2021, a Justiça do Rio negou outro recurso do guru bolsonarista que alegava não ter como pagar todo esse montante ao cantor, e a dívida foi se arrastando. (Folhapress)